quarta-feira, agosto 12, 2015

Aquele vídeo do Lorenzo e do Pedro...

Diz a Dezanove qualquer coisa como isto « Lorenzo e Pedro mediram a homofobia nas ruas de Lisboa». Sem querer retirar o algum do mérito implícito, porque tem, queria apenas salientar que aquilo foi "um estudo de caso". Quando não existe informação nenhuma, qualquer informação é boa. Por isso ainda bem que temos novo material empírico. Mas não nos esqueçamos do que é em essência. Não se pode dizer que é representativo e, não obstante as boas intenções, foi tudo feito com grande ligeireza.  

Para mim o mais importante do vídeo é a sugestão para que os homossexuais exerçam os afectos normais de uma relação em público. Há que ir forçando as mentalidades aos poucos, sem deixar de exercer pressão. Há 5 anos atrás decidi expressar os meus afectos publicamente. Não vou dizer que não tinha receios e, às vezes, ainda tenho, mas tenho direitos. E como tenho um irmão heterossexual e os meus pais sempre nos criaram a dizer que éramos iguais, comecei a achar que tinha de ter o mesmo que ele, mesmo que custasse. Primeiro conquistei a mãe (sempre a forçar mais um bocadinho) e depois saí à conquista do meu lugar como cidadão. 

Uma nota sozinha não é música, mas se outras se forem juntando, em breve (ou a seu tempo) teremos música que no início pode não ser fantástica, mas vai melhorando e a música tornando-se mais clara e mais forte. 


4 comentários:

Unknown disse...

Tenho muita dificuldade em convencer o meu namorado na rua mas já consigo convence-lo a um beijo na boca quando estamos no carro.

Mark disse...

Vocês comentam tanto um videozinho sem importância. Gabo-vos a paciência.

A2.0 disse...

Tanta reivindicação pela liberdade de expressão LGBT e um simples passear de mão dada parece ser um tormento...
Eu ando de mão dada com o meu namorado e até agora não senti nenhuma hostilidade. Eu acho que é nestes pequenos gestos que se mudam mentalidades não em marchas onde mts até nus vão!

JJ disse...

Concordo contigo.
Não se pode dizer que somos um país sem preconceitos só porque naquele video não houve comentários agressivos ou violência.
Gostava de ser tão optimista quanto eles, mas ainda não cheguei a esse caso