Lembro-me de estar na praia em Julho de 2011 e uma amiga me ter dado a notícia de que a Amy Whinehouse tinha morrido. Lembro-me de ter chorado, acima de tudo porque o mundo perdeu com a morte dela. A Amy Whinehouse era música e expressão. Quem percebe de música sabe que já não havia nada assim há muitos anos.
A vida conturbada teve mais projecção do que o que realmente interessava. O documentário está feito com grande sensibilidade e permite ver um pouco de quem era esta "fazedora" de canções. Ela fazia canções e escrevia emoções. Ela cantava a vida. Ela era jazz puro. Inato. E era contemporânea como nunca um cantor de Jazz conseguiu ser.
Aconselho a toda a gente a ver este documentário. É um retrato subtil que sem apontar o dedo a ninguém mete a nu os culpados do percurso em espiral descendente de uma mulher vulnerável que só queria fazer música. A indústria pode ser muito violenta e quando há dinheiro envolvido, toda a gente quer a sua parte. O mundo já perdeu outras grandes promessas, Kurt Cobain, Janis Joplin, Jimmy Hendrix, Jim Morrison, mas ao perder a Amy Whinehouse perdeu algo de muito precioso. Ela escrevia música, escrevia letras, cantava canções e cantava o zeitgeist com a maturidade de uma alma antiga e com as palavras de contemporaneidade crua.
2 comentários:
Ela poderia ter tido uma grande carreira como tantos outros, ficou-se por uma amostra do que poderia ter sido. Vidas curtas com tanto para dar.
@oceano: foi meteórica, mas fica o génio nos poucos trabalhos que fez.
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