Hoje um conhecido meu, que é deputado, fez um post no Facebook sobre o sofrimento dos familiares dos reféns do Hamas e o que eles perderam. Eu fiquei perplexo. Eu tento que esta conversa não me incomode, mas incomoda muito. Há dezenas senão centenas de grupos terroristas a operar em todo o mundo e em especial na África e Ásia, e ninguém parece importar-se com o sofrimento das vítimas destes porque elas são de outra raça, etnia, religião.
Em resposta a post por ele publicado escrevi isto:
"Querido C., sou anti Hamas e anti todas as formas de terrorismo. Gostava de saber, porém, onde andam as vozes anti terrorismo quando as vítimas não são brancos. Repudio profundamente o Hamas, mas infelizmente Benjamin Netanyahu não fica atrás e tantos outros na África e na Ásia - mas claro, as vítimas destes são menos pessoas. O que se passa/passou no Uganda, na Nigéria (com 300 miúdas raptadas por terroristas do Boko Haram), enfim tantos casos de terrorismo. Os terroristas, nós sabemos que são perigosos à cabeça, mas anda muito Hitler disfarçado de chefe de estado por aí e nós a sorrir. Pena que as pessoas "comam" apenas o que a propaganda e as redes sociais lhes dizem, sem conhecimento profundo sobre nada. O mundo para mim é um lugar muito feio neste momento, e nós somos "treinadores de bancada". Somos muito bonzinhos sentados nos nossos sofás e no conforto das nossas casas. Se calhar, em África e na Ásia e até na América há muita gente a precisar de um abraço. Na Síria pessoas que lutaram contra o ditador tiveram a família toda assassinada (pais, filhos, conjuges, irmãos e sobrinhos). Mas talvez por serem muçulmanos, ninguém se importe muito com a sua dor. Ainda bem que sou branco, agnóstico e de um país ocidental/ocidentalizado. Sempre me dá vantagem na escala das comparações da dor."
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