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domingo, maio 15, 2016

O livro de contos

Finalmente dei por terminado o livro de contos que começou a ser escrito há muito tempo e que tantas vezes deixei para segundo plano para entrar noutros projectos. Hoje senti uma enorme satisfação e saiu-me uma espécie de peso de cima. Foi quase como dar à luz. Mais umas afinadelas (que certamente terão de acontecer) e depois toca a ver se consigo trazer aquelas histórias "à vida". Estou definitivamente feliz.

sexta-feira, março 18, 2016

Voltei...

Este não é um post sobre viagens. É um post sobre escrita. Depois daquele concurso de poesia que não me satisfez grande coisa, tive uma enorme vontade de voltar à minha escrita e de terminar o processo que ando a arrastar há quase dois anos. Nestas últimas três semanas tenho andado a rever e a rescrever os, por agora, 39 contos. Destes, 28 já receberam uma cara lavada e tenho de resolver os restantes nos tempos próximos. Depois é voltar a fazer uma última revisão e, assim que possível, dar a conhecer todas aquelas personagens. 

O tempo faz com que olhe para as coisas de um modo diferente. E muitos dos textos deixaram de falar emocionalmente comigo. Foi bom sentir que outros ainda me dão vontade de rir ou me deixam de lágrima no canto do olho. 

sexta-feira, agosto 31, 2012

Bloqueio de escritor

Andava super entusiasmado com a escrita de um livro, mas aos 40% do processo deu-me uma crise de inspiração que dura há mais de 2 meses e ainda sem indícios de dissipação.

quarta-feira, abril 25, 2012

Pixel - História 3

Enviei ontem a minha última história para o Pixel sobre temática LGBT dedicada ao tema «Aquele abraço». Não pensava em escrever mais depois da última, mas a redescoberta pelo gosto de pensar personagens e um momento de aborrecimento no trabalho, trouxe-me à imaginação uma história muito dura e feia, sobre um lado outsider do mundo para o qual não se olha. Assim no total, escrevi um drama, uma comédia e uma história noir (tal como está abaixo):

Odiei aquilo. O filho da puta veio-se na minha boca depois de eu lhe dizer que não queria, mas prendeu-me a cabeça. Não pude fazer nada. Depois riu-se quando me soltou. Qual é a graça, cabrão? Deves pensar que és a última bolacha do pacote. Ando à meia hora agoniado com um gosto a ovos podres e salgados na boca. O que é que o gajo tinha nos tomates? Nojento de merda. Se pudesse cortava-lhe os dois. O gajo até gosta de mim. Com ele estou sempre garantido. E hoje em dia não há muita coisa com a qual podemos contar. Na verdade nunca consegui contar com grande coisa por parte de ninguém. Quando se nasce na merda pouco mais se é que merda e ninguém quer ter merda agarrada aos sapatos. E o gajo está aqui todos os dias, aparece todos os dias sem falhar um. No outro dia deu-me um abraço. Disse-me que me amava enquanto desapertava as calças e me empurrava a cabeça para eu lha chupar. O meu pai também dizia que me amava enquanto me arreava 2 socos no focinho que me faziam espirrar sangue do nariz e da boca. Era para o meu bem, dizia ele. Eu era muito rebelde e esse castigo era amor… Anda tudo fodido dos cornos? Calem-se com a merda do amor. O gajo deve pensar que eu vou ficar aqui a vida toda. Sou puto mas não sou parvo. Daqui a 4 meses faço 18 anos. O meu pai já não me pode deitar a mão e deixo esta puta de vida e os cabrões que vêm aqui para ser chupados. Que morram todos! Mas antes que me encham os bolsos para eu me pirar para Londres… Mas o que é que aquele filho da puta tinha nos tomates. Foda-se.

quarta-feira, abril 18, 2012

PIXEL - Texto nº 2

Como gosto muito da competição dedicada ao tema «Aquele abraço» e me sinto estimulado pela criatividade das pessoas que têm estado a participar, enviei mais um texto, que reza assim:

Deus, os homens e as mulheres

«A menina quer conhecer a verdade do Amor?» disse-lhe aquela senhora com um ar de solteirona abandonada. «Desculpe?» respondeu a rapariga com um sorriso, abruptamente resgatada dos seus pensamentos. «A verdade do amor único e verdadeiro que encontra em Deus e que...». A rapariga interrompeu «por favor não me leve a mal, mas sou dada a amores mais terrenos… físicos». «Mas o amor dos homens não se compara à glória de Deus, como pode renega-lo em prol da satisfação dos desejos físicos» insistiu a mulher. A rapariga, fez um ar condescendente «agradeço-lhe muito a preocupação, mas também não sou dada ao amor dos homens. Só tenho prazer com o amor das mulheres, assim sendo estou aparentemente fora desse grupo». «Isso é Satanás a falar pela sua boca» contrapôs a mulher com ar horrorizado. «O demónio está instalado no seu corpo». «A que chama demónio? O gostar de sentir o corpo suave de uma mulher contra o meu, os mamilos eretos a roçarem-me a pele enquanto os lábios húmidos me exploram do pescoço aos pés?». A mulher a quem de repente a voz fugiu pelo efeito do espanto e da aversão, respondeu com um guincho entre o infantil e o animal «Senhor Meu Deus, salva esta mulher possuída pela Serpente…». «humm… a serpente…» continuou a rapariga com um ar libidinoso «a minha companheira tem uma língua ágil como uma serpente e dedos hábeis que já conhecem de cor o mapa das minhas pernas e das minhas nádegas e todos os caminhos que levam a serpente à minha…». «Chega!» gritou a mulher, afastando-se meio trôpega e rapidamente por força da cólera. «Já vai embora?» perguntou a rapariga «Nem me dá um abracinho de despedida?».

sexta-feira, abril 13, 2012

PIXEL 2012

O Blog Good Friends Are Hard to Find promove a segunda edição do PIXEL dedicada ao tema «Aquele abraço». São pequenas histórias LGBT com cerca de 250 palavras. Está aberto a todos os que queiram participar até 30 de Abril. Eu já queria ter participado na primeira edição, mas não tive tempo. Agora consegui com o texto que deixo em baixo. Quem sabe ainda tenho tempo para submeter outro.

Foi há 20h. Apareceu de surpresa à porta do meu trabalho. Ficou parado a olhar para mim com aquele sorriso pateta que lhe chega às orelhas, como se tivesse tido um ataque de paralisia facial enquanto se ria. Perguntou-me «somos melhores amigos não somos»? «Os melhores» respondi. Ele continuou. «Estou tão feliz, arrisquei como me ensinaste. Conheci uma pessoa. Aliás venho agora de casa dele. Não conseguimos deixar de estar juntos. É maravilhoso». Eu sei que me disse que estava feliz, que era maravilhoso, que somos melhores amigos, mas… “de casa dele”, teria ouvido bem? «Ele?» perguntei com ar jocoso para não ficar mal. «Sim, é um “ele”. Mas, sempre me disseste que não importa quem amamos, desde que seja puro e honesto». Gelei. Perdi o sorriso. «É uma brincadeira?» perguntei. Ele gaguejou «não… é a sério… não compreendo». Perdi a calma «Não compreendes?! Que parte é que não compreendes? A de que és um depravado ou a de que és um porco? Tu estás a dizer-me que és um maricas de merda e esperas que fique calmo?». Assumiu um ar confuso e culpado que ainda me enfureceu mais «nunca pensei… eu… pai, por favor…». Estendeu os braços para me abraçar. «Queres abraçar-me? Despedaças os sonhos que tenho para ti, estilhaças a nossa confiança e queres um abraço? És um traidor, metes-me nojo!» Fui-me embora e deixei-o com aquele abraço por entregar. O coma pode ser irreversível disseram-me. Se calhar o acidente foi por minha culpa, porque lhe menti a ele e a mim. Não tenho nojo dele, amo-o desesperadamente e ele é o meu melhor amigo. Quero tanto aquele abraço que deixei por entregar…

quarta-feira, abril 04, 2012

Concurso de contos

E por falar da escrita que se nos agarra aos dedos vou mandar um conto para o concurso de contos da FNAC. Por sorte tenho um conto de 11 páginas em word. Eles pedem 10 a 15. Tenho de agradecer à Ju que me falou da cena. Os Internautas são quem vota nos que consideram melhores. Se eu consegisse chegar aos 10 finais (quero lá saber de ganhar) já ficava com uma reacção tipo Chihuahua feliz.

terça-feira, abril 03, 2012

Um destes dias...

Volto a escrever poesia. Na 5a feira estive quase quase e depois deixei ir. Quem sabe a escrita não se ma agarra aos dedos de novo.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Texto sem a letra «O»

Quiseste dizer-me, repetidamente, que me amavas. Lembrei-me de rir nesse instante. Há alturas em que nada mais existe na vida, para lá de uma gargalhada. Ri uma maré de decibéis. Ficaste sem pinga de sangue, qual vítima de uma mulher sem deferência pelas tuas ternuras. As tuas palavras ficaram esquecidas na minha rigidez. Se pudesse agarrava as entranhas para acalmar esta ardência arrebatada, mas sabes bem que é inviável nesta cama a que fui submetida em vinte e três punhaladas, na cama a que me submeteste. Direita. Estanque. Paraplégica para a vida, disseram eles. Pedir-me desculpa? Amas-me? Fazer-me rir é única vantagem que me une a ti.

terça-feira, novembro 03, 2009

Escrita

Caríssimo Senhor Presidente dos Unidos da Rebordosa,
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Venho por este meio e em nome dos bombeiros de Nossa Senhora dos Enjeitados agradecer o festival gastronómico que enviaram à corporação para o almoço de sexta-feira, dia de Todos-os-Santos que certamente estiveram connosco durante o repasto, uma vez que ninguém morreu.
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Não posso deixar de os cumprimentar pela imaginação das entradas. Quando me falou sobre a ligeireza das mesmas nunca pensei que fosse porque tinham pernas e corriam em cima da mesa. Um toque mais culinário mais exótico só seria conseguido se as baratas que estavam agarradas ao pão voassem. Assim, além de ligeiras as entradas também seriam leves.
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O prato de peixe também nos surpreendeu. O «Pregado com molho de Gengibre» acabou por ser «Colado pelo molho às Gengivas». Já lá vão 4 dias e continuo com pedaços de peixe na mucosa gengival. É daquelas refeições que deixam uma impressão continuada e impossível de esquecer.
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Os bolos de leite condensado revelaram o vosso interesse pela física dos materiais. Folgo em saber que é uma associação que investe em experiências científicas. Confirmo que a condensação do leite nos bolos foi conseguida com um sucesso de 90% uma vez que dos vinte membros da corporação, apenas 18 ficaram com os dentes incisivos partidos.
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Despeço-me com os melhores cumprimentos e com a conta do dentista em anexo, assim como o NIB onde deverá ser depositada a quantia.
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by Silvestre

quarta-feira, outubro 14, 2009

Amor sem a letra A

Onde és neste momento? Quem és neste momento? Sei-te longe. É tudo o que sei. Fugiste do meu corpo e do meu tempo. Neste cómodo, onde comemos juntos o céu nocturno, vê-se em desterro o leito do nosso bem-querer. Seguiu-te. Deixou-me. Só o escuro se deteve neste compartimento perdido, e eu dei-lhe o meu reconhecimento por me ser fiel. Demoro-me nele e com ele. Ofereço-lhe o meu pus e os meus demónios, os meus lóbulos pungidos. Ofereço-lhe menos do que te dei e, contudo, todo ele é sossego, todo ele me cinge… Porque impedes tu o sossego? Porque me impediste o sossego? Se soubesses um pouco, um pouco que fosse de impulsos nobres desinteressados. Eu sei de tudo isto e de sentimentos precisos, só me coíbo do conhecimento de ti. Onde és neste momento? Quem és neste momento?
by Silvestre

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Fim de semana II (sábado)

Acordei sem febre de maior. O nariz continuava terrível, a garaganta doia, mas sentia que podia ir fazer o tão antecipado workshop de Escrita Criativa. Às 11.00 (e mais um bocadito) lá estava eu. Como fui o último a chegar fiquei logo com a incumbência de ser o primeiro a ler assim acabassemos a primeira tarefa. O workshop foi delicioso. Consiste basicamente em exercícios muito curtos com base nas sensações transmitidas pelos sentidos (visão, audição, tacto, etc.). Depois de escritas algumas frases. Escolhemos um grupo de palavras ou expressões e temos 10 minutos para desenvolver um texto em que todas elas sejam incorporadas. Deixo aqui um exemplo.

Tinha de fazer um texto com as expressões/palavras: caixa de cartão, guarda-chuva de chocolate, tomar duche, festa no cabelo, comprimidos, comichão no nariz e meias de vidro.

- Ó mãe, mãããe... olha para mim.
- Ai Mariana, o que é que foi?
- Não vês?! Sopu a Linda de Suza.
- A Linda de Suza? Porquê?
- Ora, porque tenho uma caixa de cartão.
A mãe da Mariana libertou uma gargalhada sonora antes de lhe dizer:
- Ó querida, a Linda de Suza tinha uma mala de cartão e não uma caixa de cartão.
Volta a rir por dentro. Não sabe onde a filha vai buscar estas coisas. É uma criança, está a crescer e tudo serve para experimentar. O mundo é uma novidade. Não sabe onde vai arranjar coragem para contradizer os olhitos brilhantes da filha, tão abertos para a vida que a rodeia. Mas e se um dia ela pensa que é o super-homem e se atira da janela, ou usa um guarda-chuva de chocolate para voar, pensando que é a Bia a pequena feiticeira. É tão bom ter ilusões. Ela já não é capaz, é tanta coisa... o trabalho, a casa, tomar conta da filha, os pais no lar. Às vezes apetece-lhe desaparecer, ficar a tomar um duche quente infinito. Faz uma festa no cabelo da Mariana que agora se encontra amuada e sentada ao lado da caixa de cartão. Ao olhar para a filha lembra-se «o que eu preciso é disso mesmo, de ilusões! Não é dos comprimidos para a depressão que tomo todos os dias». Decide que vai mudar as coisas. Hoje é um dia diferente. Vai brincar no mundo da Mariana e diz-lhe:
- Mariana, fica aí um bocadinho que a mãe vem já.
A menina concorda com um aceno de cabeça. Num ápice, a mãe da Mariana corre para o quarto, o entusiasmo até lhe dá comichão no nariz. Veste o sutiã preto e as suas meias de vidro pretas com cinto de ligas a condizer. Sai a porta do quarto e diz:
- Mariana olha, olha, sou a Madonna.
- Não és nada, a Madonna não é gorda.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

WorkShop de Escrita Criativa

Amanhã vou fazer um workshop de escrita criativa, mas com o estado da gripe, espero que a criatividade não se vá embora toda nos espirros e nas assoadelas. E pelo andar da carruagem, o meu nariz vai estar tão vermelho que me vão confundir com o Rudolfo - a rena do nariz vermelho.