Gus van Sant é um realizador alternativo, talvez um pouco alternativo demais para mim. acho que ele produz o tipo de filme que pretende ser uma figura de realismo americano. Não sei se sou eu que não gosto muito dos recursos estilísticos que ele utiliza ou se o que eu não gosto é do americano real. Há qualquer coisa quase voyeur na sua obra que me desagrada. Este filme, Paranoid Park, deve ter sido um exercício intelectual que me passou ao lado. Não sei se a limitação é do filme ou se é minha. Supostamente deveria retratar o tormento de um miúdo americano que se vê cada vez mais próximo de ser descoberto, depois de ter assassinado acidentalmente um guarda noturno. Não senti o tormento, não senti a intensidade da busca... se calhar o que é para ser percebido é que a sociedade americana vive uma espécie de dormência. Não faço ideia. Não gosto de filmes que não me fazem ter ideia nenhuma, que acabo por não perceber. Se alguém o percebeu pode ser que um dia me explique.
12/20
2 comentários:
dava 15 ao filme, e talvez seja a nota mais baixa que dou a um filme do GUS (e ele deve estar muito ralado com isso :)
de facto é o retrato de uma sociedade sem valores, preocupada consigo própria e sem qualquer sentimento de culpa a anteceder a sua vontade de se safar. é um filme cru, violento e a hierarquia de valores em nada corresponde à moralidade e ética de Kant.
Thanx pela explicação. Continuo a achar que já vi filmes que mostram essa ausência de valores de forma mais bem conseguida. Sabes que mais? Devo ser eu.
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