terça-feira, agosto 09, 2011

A árvore da vida




Eu sou fã do Terence Mallick. Acho-o um realizador muito talentoso com uma delicadeza muito elaborada. Já tinha ouvido de tudo sobre este filme, mas lá fui ver. A cinematografia é linda. Mas é apenas isso que procuramos no cinema? O filme é vanguardista porque a meu ver é um poema bucólico abstracto. A parte bucólica é maraviilhosa, a parte abstracta torna o filme complicado. Imagino que os momentos National Geographic+ Discovery Channel+ Odisseia façam muito sentido no lirismo do autor. É a sua própria "trip on acid", mas uma "trip" muito bonita e sensível. O que é que não gostei. Sem querer o filme não se torna um objecto para ser visto cinema. É um documentário ou nem isso. Um conjunto de imagens maravilhosas, de planos incríveis. É um objecto para ser sentido num lugar quase inacessível... a cabeça do autor. Perdi os personagens no exercício de fluxo lírico naturalista do realizador. Não consigo ver mais nada do que o que o realizador está a sentir, o seu êxtase. E eu não quero ver o êxtase do realizador, quero sentir os personagens, quero ser induzido ao meu próprio êxtase. Não fui. Houve momentos em que quase me ri, mas não o fiz por respeito à emoção que o autor sentiu a fazer a cena, quase que o imagino a chorar. Mas o filme é tão seu que se torna quase estéril~neste maravilhoso exercício do belo e do sublime. Foi isto que senti.



12/20

5 comentários:

Individual(mente) disse...

12/20... Portanto não perco grande coisa em não vê-lo...

Anselmo disse...

e no entanto é um dos melhores filmes que já vi.

Não percam um dos filmes mais inteligentes e mais belos do cinema do sec. XXI. Se não gostarem, paciência. Mas é imperdível. É uma lição de vida, é a nossa infância, a nossa vida vista numa grande perspectiva.

Um filme que nos dá que pensar durante dias a fio.

Anónimo disse...

Um dia você vai cair e chorar. E então vai entender tudo. ;-)

SS disse...

nem mais. foi tal e qual o que pensei. cinema para mim é um exercício de partilha e este filme parece não ter sido feito para partilhar com o público.

Sr. Mutante disse...

Boa maneira de por as coisas.
Sentir o êxtase do realizador e quase que ficar com inveja por não atingir o mesmo plano que ele...