segunda-feira, maio 23, 2016

O mundo está demasiado amargo

O mundo está demasiado amargo. As pessoas adoram criticar. Talvez porque vivemos na Era da Informação, e todos podemos ser emissores, a grande maioria das pessoas pensa que tem algo a dizer e que o que diz interessa. Considero que, excepto em casos de mal-dizer assumido para humor, quando o que se diz não é construtivo, mais valia a pena estar-se calado. 

A facilidade com que se critica uma pessoa pública então é chocante. Todos somos treinadores, todos somos modelos, todos somos designers, todos somos cantores, todos somos actores, mas de sofá. Uma crítica sem uma proposta/solução alternativa não é crítica, é destruição. 

Também há coisas que valem pelo seu valor intrínseco (uma homenagem a alguém que se considera bastante, um tributo a alguém que se admira e que já não está entre nós) mesmo que não executadas na perfeição. O que é perfeito é a magnitude do sentimento. Vi uma vez num concurso onde a Paula Abdul é júri dois rapazes a fazerem uma coreografia de um vídeo dela só porque a admiravam. Não foi perfeito, mas eles sabiam a coreografia ao detalhe e via-se o quanto a admiravam e ela comoveu-se a agradeceu o gesto.

Ontem a Madonna fez um tributo ao Prince nos Billboard Music Awards. Eram amigos. Havia uma grande admiração. A Madonna não é o Prince. Não tem a  sua voz extraordinária, mas não era acerca disso. A ela juntou-se o Stevie Wonder (um homem que não devia necessitar de apresentações e uma das melhores vozes soul de sempre). Os pares aplaudiram, porque foi emocional, porque foi um tributo. O público aka fãs do Prince arrasa. O público geral decide arrasar só porque sim. Porque não gosta da Madonna porque não sabe quem é o Stevie Wonder, porque são profundamente idiotas (diria eu). 

A Britney Spears está de novo gira, cantou nos mesmos prémios em playback (que falou a dado momento), dançou as coreografias de forma pouco expedita, mas com uma roupinha bastante diminuta e sempre com bom ar. O público em geral adorou. É bom ainda estar nos 30s.  

We are living in a Kardashian world. Toda a gente tem algo para dizer, toda a gente pode ser bitchy e toda a gente pode ser profundamente ignorante que não importa nada. Apetece-me citar o Manuel Luis Goucha em reposta à Bernardina que lhe chamou paneleiro «se disser que eu sou paneleiro porque faço panelas, é mentira. Se disser que é porque amo outro homem é verdade. mas não me ofende nada, ofendia-me era se me chamasse ignorante»

Para bom entendedor meia palavra basta, mas ela não entendeu. 


2 comentários:

Hugo disse...

Leave Britney alone!! 😁

silvestre disse...

@hugo: ahahahah. right ;)