Acho que já tinha referido aqui no burgo que não sou exatamente um fã da música da Céline Dion, mas sempre gostei da energia dela. Alguém que ama a música (mesmo que possa ser pirosa), que não se leva demasiado a sério e exala uma aura de bondade e dignidade.
Quis ver o documentário sobre a Céline porque tinha lido no Facebook que era muito bom e que ela era afinal surpreendente.
O documentário é realmente surpreendente. Não é sobre a carreira dela (embora seja inevitável fazer esse percurso), é sobretudo sobre uma mulher diagnosticada com uma doença autoimune rara que a impede de fazer exatamente aquilo que define a sua identidade - cantar. Mas a doença também é debilitante e dolorosa.
Acho que é aqui que a Céline Dion se destaca das outras celebridades. Os documentários apresentam em geral as pessoas no seu melhor, mesmo quando tratam as suas lutas e desafios, sempre sob a sua melhor luz.
No caso, a Céline mostra-se na sua face mais crua, com uma honestidade desarmante, porque não quer mentir mais e a imagem não é bonita. Ela usa uma metáfora de ser uma macieira que quase não dá maçãs e na fila para recolher as maçãs continua o mesmo número de pessoas de outrora. Ela sente-se um fraude.
Mas não é tudo triste e duro. Há muita beleza na coragem dela, na perseverança e na luta que leva a cabo para conseguir amenizar a doença (porque vencer é impossível). Também é enternecedor ver como ela sempre viveu a música. A verdade com que acredita no amor, na força da vida.
Depois de ver esta peça documental, o meu respeito por ela adensou. Até olho para o seu cancioneiro de uma outra maneira. E o título 'I am Céline Dion', é muito adequado. Mesmo quebrada continua a ser força, arrisco-me a dizer que talvez a mais digna das divas contemporâneas. Sem
dúvida a mais autêntica.
dúvida a mais autêntica.
2 comentários:
Também vi, não deve ser nada fácil viver num corpo que não "responde/reage" ao que queremos :(
Mas a coragem dela de mostrar aquilo publicamente, aquelas cenas do fim são mesmo impactantes...
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