terça-feira, maio 04, 2010

Pensa-se pouco...

As pessoas confundem não concordar com não gostar. E o domínio da opinião não é necessariamente o domínio da acção. Se eu não concordo, isso dá-me o direito de impedir, a terceiros, algo que não acho bem para mim? E quando não há um argumento lógico por trás? Não se deve fazer porque alguém não acha bem, mas quando pedimos sustentabilidade do raciocínio ouvimos apenas «Não sei explicar porquê, mas não acho bem. Pronto.»
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Ouvi um argumento contra os gays adoptarem que consistia na seguinte perplexidade «já imaginaste uma criança com um pai bicha?» Já imaginei sim, deve ser tão difícil como para uma criança que tem um pai corcunda ou uma mãe obesa ou um pai demasiado magro ou pais que se vestem mal. São características. Um pai magro e um pai obeso podem dar amor a uma criança e um pai bicha também.
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Chateia-me um bocado tentarem ganhar a minha simpatia distinguindo-me das "bichas". Acho que é uma manobra pouco honesta. No fundo o que nos faz gays a todos é comum, gostamos de homens. Ponto. Não me sinto superior a nenhum gay que é "bicha" (sinto-me superior perante a pobreza de espírito e a estupidez humana). Quanto a comportamentos sei apenas o que não quero para mim, mas a meu ver ser-se efeminado não influi nas capacidades parentais de quem o é. E voltamos sempre ao mesmo, o que é importante não é dar uma estrutura estável à criança no agregado? Pessoas analfabetas não criaram sempre filhos analfabetos e por aí fora.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sou uma anónima que te segue com admiração e sem te conhecer pessoalmente deixo aqui o meu comentário, sou casada com um homem que me faz feliz tenho 2 filhos lindos esta foi a minha opção de vida, no entanto acho que cada um deve seguir os seus instintos e devemos respeitarmo-nos uns aos outros tal como são. Para essas pessoas pouco compreensivas deixo aqui a minha sugestão vão ao teatro Politiema ver "A Gaiola das loucas" trata da historia bem contada da realidade gay e que demonstra que quem cria e dá amor são duas pessoas que estavam presentes...

silvestre disse...

Obrigado pelo comentário. Conheço a história e acho que é um excelente exemplo para o post. Nem me tinha lembrado disso.