sábado, setembro 11, 2010

11 de Setembro - 9 anos depois

Estava hoje à hora de almoço num restaurante e voltei a chorar como todos os anos, ao ver as torres gémeas a colapsar, ao ver o ar desnorteado das pessoas no chão, ao ver as pessoas a atirarem-se pelas janelas. Depois cerrei os dentes e apeteceu-me ter 5 minutos de tempo de antena para dizer ao mundo, a todas as pessoas mesmo «VÃO-SE TODOS FODER!»
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Passaram 9 anos e não se aprendeu nada. Os motivos que originaram o episódio continuam vivos. É muito bonito continuarmos a relembrar com músicas tristes a acompanhar as imagens, mas toda a gente continua a desconfiar de toda a gente, continua-se a ter uma incrível falta de respeito pelo que é diferente e por todos os códigos que não são "nossos".
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Existe um centro islâmico para ser construído perto da zona de impacto e Nova Iorque não o quer lá, a América não o quer lá, como se o islamismo fosse a mão que rebentou as torres gémeas. Não foi o islamismo, foi o fundamentalismo, maleita que afecta todas s religiões (com a excepção dos Budistas que não fazem mal a uma mosca, literalmente), raças, culturas e sei lá que mais.
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Passaram 9 anos e uma das maiores lições sobre falta de respeito/consideração entre seres humanos não serviu para nada. Os brancos não gostam de pretos, os pretos não gostam de gays, os gays não gostam dos católicos, os católicos não gostam dos muçulmanos, os muçulmanos não gostam das feministas e por aí fora. Grupos que sofrem repressão/incompreensão (ou que já sofreram) continuam a estigmatizar outros grupos na mesma condição.
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Acho tudo demasiado patético. E tira-me do sério. Umas quantas mil pessoas morreram em vão?

2 comentários:

Desenhos disse...

Também penso nisso. As pessoas não abrem o coração. No fundo a maioria ocidental vem de uma cultura/moral cristã, mesmo não sendo cristão é difícil para a maioria deixar de o ser, ou seja, abandonar "a culpa", o pecado, o certo e o errado, o bem e o mal.
A nossa (ocidental) educação não contempla o conhecimento espiritual/emocional, apenas o cientifico, ou seja, há uma imaturidade emocional que deixa uma grande maioria pouco ou nada humilde, sem aceitar que pode não estar a compreender bem, ou que se pode enganar. São pessoas inseguras que não se permitem questionar, chegam a ser agressivas se questionados certos pontos. Fechando-se consequentemente ao diálogo.
"Penso eu de que..."

No meu caso, esta consciência é a base do meu trabalho individual, para me integrar num trabalho colectivo promotor de um mundo melhor! :D :P

Provocação 'aka' Menina Ção disse...

Há uns tempos numa conversa semelhante com alguém que primava pela idiotice eu dizia que só numa situação extrema do género descobrir-se vida alienígena e avançada é que saberíamos olharmo-nos uns aos outros na nossa igualdade e ver que as diferenças fomos nós que as criarmos para fundamentarmos os nossos alicerces sociais. Essa pessoa riu-se e "ai mas acredita em extraterrestres, que disparate blá blá blá", bom, o que quero com isto dizer é que já nem na morte nos reunimos a menos que sejam "nossos" (nacionais sobretudo, há um desastre de avião e a grande preocupação é se havia portugueses a bordo) sim aqueles 3000 morreram em vão ou serviram para apurar a segurança nos aeroportos, não estou a ver para que mais, de toda a maneira sou a favor de que construam a mesquita onde bem lhes aprouver o que não deixo de ser contra, e havia uma americana a frisar isso, é com o silêncio a que os imãs se reportam acerca desses ataques extremistas. Isso continua a ser muito grave, só repudiam quando questionados directamente sobre o assunto nos media, não o fazem perante os seus usando a liderança que lhes foi relegada. De toda a maneira a histeria americana anti-muçulmana tem um bocadinho de fundamento, existe um ódio muito grande ao que a América representa em certos países islâmicos e não esqueçamos o belicismo envolvido, ainda assim não se podem queixar de não estarem integrados ou de serem perseguidos, isso não me parece existir pelo menos não de uma maneira "fora do normal" às culturas diferentes das massas.