terça-feira, setembro 07, 2010

Não minha filha, tu não vais dançar...


Gosto dos filmes do Christophe Honoré. Adorei «As Canções de Amor» e estava deserto para ir ver este novo filme. Saí do cinema em estado de irritação porque a personagem principal era uma idiota. Já não me lembrava de ter sido tão afectado por uma personagem fictícia que me fez lembrar chihuahuas nervosinhos, zangados, emocionais e revoltados contra o mundo. Enerva-me pessoas que são tão autocentradas na sua dor e na sua pena de si mesmas que não acabam por desperdiçar aquilo que têm. Porque não aceitam mais nada que o perfeito acabam por viver no descomposto.
.
Gostei muito dos pais da personagem principal. Gostei de ver pessoas septuagenárias a fazer amor e que o realizador mostrasse que as pessoas continuam vivas, capazes de amar e de se erotizar.
.
Se «As Canções de Amor» mostravam a redenção através do amor sob diversas formas, este filme mostra o desperdício do amor son diversas formas. Há esperança sim. Os pais juntos à imensos anos porque vivem e aceitam viver. Depois há uma filha que vive a sufocar desde o dia em que nasceu e a culpa será de toda a gente que não a compreende.


15/20



1 comentário:

Ricardo Pereira disse...

de facto as pessoas a partir de uma certa idade raramente se apresentam dessa forma nos filmes... e é uma pena porque não se morre porque se chegou à terceira idade!