Pensei um bocado antes de colocar uma foto da Britney Spears no blog, mas acho que é muito ilustrativo de um dos aspectos relativos à nossa cultura de hoje: o culto da celebridade. O culto da celebridade tem 3 vectores: os média, as celebridades e o público. Os média constroem a celebridade, as celebridades "vendem-se" aos média porque precisam de público, o público adquire todos os média para poder viver próximo das celebridades. Não sei, quem neste jogo, é o mais perverso ou o mais inocente. No limite, penso que poderá ser a celebridade o elo mais fraco e o público o mais perverso. No fim do dia é o público que tem o poder de legitimar ou de destruir a celebridade. Os média são os intermediários e vivem, também eles, do interesse voyeur e carrasco do público.
Britney Spears foi uma teenager lançada na ribalta com o epíteto da «all american girl» inocente, sexy e virginal. A imagem foi lançada pela seus gestores de carreira, os média compraram, o público agradeceu. O sistema de relações estava definido. A menina tinha de continuar virginal, os média não iam parar de a fotografar e de dar notícias desse exemplo de "americanidade", o público não ia deixar de a adorar e de a tornar ainda mais célebre.
A transição para a vida adulta foi tão complicada como a manutenção da fronteira entre o privado e o público. A pessoa pública perde o direito à sua privacidade e o público não pára de se imiscuir na sua esfera intíma através do material que os média lhe servem, obrigando este serviço a um esforço cada vez maior para manter o interesse. Aparentemente nada parece mais interessante do que a miséria, do que a queda da graça. A decadência é um aperitivo muito apetecido para a opinião pública e tudo serve.
Nada como testemunhar o declínio de uma estrela. No caso da Britney Spears está a tornar-se quase escatológico. Até que ponto se pode ir? A foto que dá imagem a este texto, testemunha a náusea em que vive a nossa cultura mediática. Na foto percebe-se, devido ao vestido da Britney Spears ter subido na saída do carro, que ela está com o período. A fotografia valeu milhares e ajudou a criar uma aura de "sujidade" em sentido lato à figura da estrela caída em desgraça. A minha questão é: onde e quando é que vai parar? As revistas não recusaram a fotografia e o público não deixou de comprar a revista com uma fotografia da mulher infame e porca que um dia foi a princesa da América. Os paparazzi sabiam que o público não ia recusar. O sistema alimenta-se. Não sendo fã da Britney Spears, não consigo deixar de pensar que tudo isto é demasiado grotesco e de que as pessoas adoram sangue, seja no sentido estrito ou figurado.
Britney Spears foi uma teenager lançada na ribalta com o epíteto da «all american girl» inocente, sexy e virginal. A imagem foi lançada pela seus gestores de carreira, os média compraram, o público agradeceu. O sistema de relações estava definido. A menina tinha de continuar virginal, os média não iam parar de a fotografar e de dar notícias desse exemplo de "americanidade", o público não ia deixar de a adorar e de a tornar ainda mais célebre.
A transição para a vida adulta foi tão complicada como a manutenção da fronteira entre o privado e o público. A pessoa pública perde o direito à sua privacidade e o público não pára de se imiscuir na sua esfera intíma através do material que os média lhe servem, obrigando este serviço a um esforço cada vez maior para manter o interesse. Aparentemente nada parece mais interessante do que a miséria, do que a queda da graça. A decadência é um aperitivo muito apetecido para a opinião pública e tudo serve.
Nada como testemunhar o declínio de uma estrela. No caso da Britney Spears está a tornar-se quase escatológico. Até que ponto se pode ir? A foto que dá imagem a este texto, testemunha a náusea em que vive a nossa cultura mediática. Na foto percebe-se, devido ao vestido da Britney Spears ter subido na saída do carro, que ela está com o período. A fotografia valeu milhares e ajudou a criar uma aura de "sujidade" em sentido lato à figura da estrela caída em desgraça. A minha questão é: onde e quando é que vai parar? As revistas não recusaram a fotografia e o público não deixou de comprar a revista com uma fotografia da mulher infame e porca que um dia foi a princesa da América. Os paparazzi sabiam que o público não ia recusar. O sistema alimenta-se. Não sendo fã da Britney Spears, não consigo deixar de pensar que tudo isto é demasiado grotesco e de que as pessoas adoram sangue, seja no sentido estrito ou figurado.
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