terça-feira, novembro 29, 2011

Ontem

Estive a ouvir o Medina Carreira em conversa com a Judite de Sousa e gostei muito de o ouvir. Foi de uma grande sobriedade e realismo. Nesta altura, gostaria que os portugueses se unissem como fizeram os islandeses. Eu sei que a Islândia tem 320000 habitantes e que conseguir um consenso será mais fácil. O que é certo é que estavam na falência total e dois anos depois já estão a crescer 2.4%. Nós nem conseguimos que algumas centenas de pessoas no parlamento estejam de acordo. Na Islândia existe agoora uma plataforma cívica técnica de cidadãos que não estão filiados a nenhum partido e que têm sempre de ser informados de todas as decisões do Governo e cujo voto conta para a deliberação final. Aqui em Portugal vamos ainda andar a chamar nomes uns aos outros, atirar a culpa para cima do vizinho e ser medíocres como desde sempre desde o início dos "processos democráticos livres". Segue a mentalidade pobrezinha de cada um a puxar para o seu lado e tentar defender apenas o que é seu, esquecendo-se que isso não garante absolutamente nada. União cívica é um palavrão enorme em Portugal. Tipo um animal exótico daqueles que existem lá bem longe... naquelas terras que a populaça não conhece. Viva a falência! Vamos todos com os porcos e estamos a discutir redundâncias enquanto somos mandados de fora como marionetas. Que bom é ser um português contemporâneo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente!

Agora só falta cortar nos ministros e com a consecutiva falência de milhares de empresas privadas é chegada a hora de haver despedimentos na função pública.
Não se justifica tanta FP se o número de privados é cada vez menor.

Há que haver igualdade.

Aos milhares de pessoas que foram despedidas no privado nem sequer tiveram a oportunidade de escolher entre verem os seus salários reduzidos ou serem despedidos...

Mas toda a gente sabe que esse dia vai chegar...pois a balança tem que ficar equilibrada.

Anónimo disse...

As coisas assim ditas são muito bonitas mas a crise na Islândia teve origem no sector privado, muito concretamente na banca. Enquanto que a crise de Portugal teve origem (já nem sei dizer bem quando) no sector público e nas falhas estruturais da nossa economia, ou seja não se produz o suficiente e a economia não cresce o suficiente. Acho que nunca cresceu, o final dos anos 80 e início dos 90 não contam porque foi um crescimento inflacionado pelos fundos obtidos pela adesão à CEE. A Islândia por sua vez já tinha uma óptima economia o problema foi mesmo a ganância da banca, como já tinha uma boa economia conseguiu recuperar muito mais depressa.

silvestre disse...

@Francisco: Sem descurar o facto da Islândia ter antes uma boa economia (que contudo rebentou com a bolha especulativa do mercado imobiliários e consequente falência de vários bancos), o que é de ressalvar é que o país como um todo respondeu. As pessoas mobilizaram-se em conjunto. A nossa crise vem de há muitos anos, mas em grande parte porque ninguém concorda com ninguém e cada governo faz o que lhe dá na real gana. Basta ver quantos governos tivemos desde o 25 de Abril. Não me parece que seja uma terra de consenso, com identidade cívica.