terça-feira, julho 17, 2018

Pessoas que admiro

No café ao lado do meu trabalho há uma empregada que já não é nova, terá uns 60/62. Quando atentamos a forma como veste ou mesmo como trata os clientes, há algo que a distingue do usual nestes lugares. 

Fiquei a saber que ela foi durante mais de 25 anos contabilista numa empresa que fechou as portas e deixou uma quantidade de pessoas no desemprego. Encontrar trabalho na idade dela provou-se dificílimo, mas como tinha contas para pagar arregaçou as mangas e trabalha um dia inteiro atrás de um balcão a servir. 

Disse-me que não é fácil estar tanto tempo de pé (ao fim de anos a servir ainda lhe custa bastante) e tem muitas saudades do trabalho de papelada. Chega a casa morta, mas com um ordenado. 

Do meu lado só posso ter a maior admiração pelas pessoas que não desistem. E que não sentem que lhes caem os parentes na lama por fazer um trabalho menos qualificado e mais sofrido.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que bela senhora! Muito bem!
Pergunto-me se conseguiria fazer o mesmo.
Abraço.

Logan disse...

Desde que não se esteja a ser explorado (ou a ter essa sensação) nenhum trabalho é vergonhoso...