terça-feira, novembro 03, 2009

Quando preconceito se transforma em ódio...

Estava hoje a ler no Sapo uma notícia sobre a continua pressão dos socialistas católicos para que se realize o referendo ao Casamento Gay, quando comecei a reparar nos comentários. É curioso que, regral geral, ninguém dá o seu nome quando fala disto. É tudo dito na cobardia de um "nick", mas pior um pouco é perceber como o preconceito se pode tornar em ódio. Não compreendo o ódio com base em características como raça, religião, orientação sexual, etc. E sinto-me envergonhado pela boçalidade expressa nos comentários à notícia, dos quais em seguida apresento alguns exemplos. O povo português (com as devidas excepções) é mesmo um povinho.
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«Temos que ser corajosos para defenir exatamente o que é normal e o que que é anormal, e muito sinceramente acho que dois homens ou duas mulheres casaem, é anormal.»
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«E o dicionário, não vai ter que ser alterado também? Fui comprar um casal de rolas, e trouxe um rolo e uma rola. No futuro corro o risco de pedir um casal de leitões e venderem-me dois machos? A quem vou reclamar?»
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«Casamentos de pessoas do mesmo sexo é contra-natura, até na física forças do mesmo polo se repelem. Deixemo-nos nós de modernices e paneleirices. Quem quiser viver com pessoas do mesmo sexo que vá para as Berlengas ou outra ilha, multipliquem-se e reproduzam-se lá!!! Nem os animais que são irracionais, em situações normais, procuram o seu semelhante do mesmo sexo, quanto mais o homem que se diz racional!!!»
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«Na Suíça e em França há o PACS. É uma espécie de contrato celebrado entre homossexuais para protecção dos direitos de ambos. Isso acho justo, mas casamento é para heterossexuais. Não misturem as coisas!»
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«se não houver Referendo Nacional,àcerca dessa aberração,,saírei do PS entregarei o meu cartão de militante,,e atrás de mim virão muitas centenas de militantes.Isto é um País católico,não é Leninista, Bolchevista nem Estalinista.»
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«Ena pá, o 25 de Abril serviu para criar pessoas mentalmente disfuncionais hehehehe, será isso parecido com aberrações rsrsrsrsrsrs!!!!!!!! Já agora os rabetas que vão para os paises que praticam o islão e exigam o casamento entre rabetas e no dia seguinte nao acordam mais hehehehe»
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«Depois de adoptado, o filho vê o pai a urinar e diz...que p.i.l.a tão grande...e o pai responde...ainda tu não vista a da tua mãe..»
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«Os Homo são doentes da cabeça de cima e ando eu a descontar os meus imposto para estes doente MENTAIS»
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«sou casado (normal) e não quero que o meu casamento seja equiparado aos homosexuais...arranjem outro nome para esse contrato, mas não casamento!»
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9 comentários:

Anónimo disse...

Bemmmm que atrasado mental!!! Ainda existem pessoas com estas mentalidades??? Sou católica hetero e não acho de todo que o casamento deveria ser só entre pessoas de sexo diferente, pois ai coloca-se a tal questão: o que é um casamento??? Sendo católica não praticante, pois existem coisas com quais não concordo e que a igreja defende tal como os preservativos e o aborto. Para mim o casamento é a celebração do Amor entre duas pessoas sejam do mesmo sexo, raça ou cor. Este senhor que escreveu esse texto só pode ser daqueles que casou porque foi obrigado, até deve ser uma pessoa infeliz no casamento e que o mantêm por aparência.
Qualquer pessoa deve ter o direito de poder casar ou não em Portugal independentemente da sua opção sexual. Já agora as Berlengas é realmente um bom sitio para casar!! Tem uma vista!!! eheheh e pertence a Portugal!!
Enfim...já dizia o outro: " as opiniões são como as vaginas, cada um tem a sua e quem quiser dá-la...."

Beijinhos

AR

J. Maldonado disse...

Isto é o cúmulo da estupidez! :-o
O típico tuga matarruano gosto de debitar sentenças nas caixas de comentários online porque no dia-a-dia é um entre tantos, reduzido à sua insignificância.

Anónimo disse...

Acabei de sentir vergonha, por ser português.

Magda disse...

Já tanto foi dito e escrito sobre este tema que já quase o esgotámos pela vulgarização. Mas não quero deixar de dar a minha para que fique registada, no meio de tanta ignorância. O que deve ser valorizado é o amor, no meio de tanta guerra. E o amor entre duas pessoas, se verdadeiro, não interessa a ninguém com quem é. Ninguém tem esse direito, assim como ninguém tem o direito de dizer que o peixe não se come com batatas fritas! Is the same! Quem dita as regras? O que é o normal? Casais heterosexuais em que mostram um casamento imaculado e em que o homem procura a prostituição para se satisfazer? Isto é o normal??? Livra não quero ser normal! Magda

Provocação 'aka' Menina Ção disse...

É limitativo, decadente, cego, desinformado e preconceituoso por parte de quem escreve. Gostava de conhecer algumas das pessoas por detrás destas opiniões. Infelizmente em pessoa nunca tenho essa oportunidade. Mas é uma questão de educação, ainda há muito caminho a ser calcorreado.

desabafos emocionais disse...

o ser Humano ainda consegue ter a capacidade de me surpreender...
é incrivel tanta estupidez!

a unica preocupaçao que tenho é com o meu marido,em caso de morte,ele ficar bem na vida e com tudo a que tem direito.
nao andei uma vida inteira a juntar para no fim vir algum filho da puta, tirar-lhe o que lhe é devido.
quero la saber do casamento!!!
eu ja tou casado :)

ps: quando quiserem vir assistir á nova peça do casino, ja sabes...

aquele abraço

Ruy A... disse...

Oh Silvestre entaõ ainda não te tinhas apercebido da qualidade dos comentários dessas notícias?!
É sempre assim, aliás em qualquer notícia mais polémica, seja de política, futebol, etc, aparecem sempre comentários assim. Ao início ficava envergonhado, mas depois habituei-me e já nem ligo ou então rio.
Mas acho que á apenas uma certa nata do povo português que mina as notícias com comentários desse género...
Enfim

*** disse...

Eu não tenho a minima dúvida que por trás do ódio destes "normais" bucais, está uma vontade enorme de ser "anormal"...quem fala assim só pode ter um enorme recalcamento, e um armário muito ,muito pequenino.;)
As convenções e "o que é suposto" e certo, e normal, irritam-me.
A monogamia irrita-me.
O casamento irrita-me
Os timmings irritam-me.
A estúpidez, hetero, homo, portuguesa ou estrangeira, irrita-me.
Pronto, tou irritada, hoje. lol

Anónimo disse...

As minhas convicções limitam-me. Não o lamento. Penso que são precisos limites. Na minha perspectiva existe a qualidade de ser natural ou contra-natura em praticamente tudo o que conhecemos na natureza. Parece-me que nem tudo será para banalizar. Refiro-me à família. A palavra família refere-se a um complexo de relações que se estabelecem com base em alguns pressupostos. Poderemos dizer que nem tudo é regulado pelo prazer. E se tudo o que vem do prazer é bom? Não me parece... também aí existem limites. A coesão da estrutura familiar, a estabilidade baseada em valores (bom certeza!) e no equilíbrio entre as forças complementares, os modelos para os educandos, os laços duradouros são os pilares da espécie humana. Está a desmoronar-se! Esta é a minha opinião. A espécie humana tende para a desagregação, tende para a alienação de valores, tende para banalizar o que é importante e para valorizar o que é fútil. Concordo (embora crítico) com a opção (de quem a toma) de viver com pares do mesmo sexo, mas não concordo que se trate de tal como normal. Não o é! Natural é a complementaridade. Natural é a possibilidade de procriação. Natural é darmos a conhecer (implícita e explicitamente) os limites aos educandos, natural é a normalidade estatística natural e não a deturpação da normalidade estatística com a confusão entre o que é saudável e os desvios. Choca-me que a sociedade (portuguesa ou outra) dê iguais direitos ao que é diferente. Choca-me que um governo apoie aquilo que a sociedade rejeitaria em referendo. Será que uns iluminados têm maior lucidez que a totalidade do tecido social? A quem serve a confusão? Não bastaria deixar que as pessoas tivessem liberdade de escolha no plano individual? É também preciso (daqui a nada) dar regalias fiscais aos não-homófobos? E se amanhã uma minoria começar a defender que devemos cultivar a pedofilia como algo natural... A mim parece-me tão pouco natural como o casamento homossexual. Chamem-me homófobo! Sou-o para algumas funções sociais e relações interpessoais.