Tenho aquela sensação de que em dias de chuva (quem sabe todos os dias de chuva) deveria haver um piano a tocar Erik Satie bem pertinho de nós. A mim dá-me a sensação de que as gotas que estou a ver, vão ser as últimas gotas de chuva antes das nuvens dissiparem. Depois fica só a terra molhada, fresquinha, renovada.
2 comentários:
E depois da chuva ficam as caras das pessoas que esperam numa paragem de autocarro, num dia cinzento, com ar melancólico e sozinho. até que passa um carro mais veloz do que devia, e, em câmara lenta, atropela uma poça de água na estrada que é projectada para cima de um rapaz que caminhava no lado oposto da paragem do autocarro, e que, encharcado de repente, pára nos próprios passos e sacode os braços como se prestes a levantar vôo, enquanto as pessoas na paragem do autocarro se dividem entre um ar de "pobrezinho" e um sorriso meio escondido com contornos infantis. E uma menina de 5 anos numa gabardine amarela que aponta para ele e se começa a rir em alta voz, enquanto a mãe, envergonhada, a tenta fazer parar, sem sucesso. E eis que chega o autocarro e toda a gente entra e segue viagem. -the end- (são as imagens que me vêm à cabeça quando ouço esta música :s)
Também partilho esse sentimento. :)
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