segunda-feira, setembro 26, 2011

Enfant de Boris Charmatz



Fui ver na 5a feira passada na Culturgest. Animou-me muito a ideia de partida de fazer um bailado em que um grupo de crianças funciona como matéria moldável/manipulável utilizada por um grupo de bailarinos adultos na sua expressão corporal. Estava à espera de algo diferente, sabendo que a dança contemporânea tem seguido os caminhos da expressão corporal (mais que movimento harmónico) e do cruzamento de disciplinas artíistiscas (inclusão de voz, percurssão corporal, etc). Os primeiros 25 minutos foram muito bons. O ínicio ofereceu quase um espetáculo de marionetas humanas com uma qualidade de movimento orgânico e cru extraordinária. Quando entram as crianças como matéria inanimada é um momento muito interessante, mas ao fim dos 25 minutos de que falei começamos a sentir a repetição. Foi o que senti até ao final, repetição. Estava à espera que a obra seguisse em frente até um climax e tal não acontece. De facto a ideia base é muito simples «a imprevisibilidade do sujeito criança e a inversão de papéis entre controlador e controlado». Isto explica-se em 30 minutos de obra, ou então tem de se levar a um outro nível para não se tornar aborrecido pela manutenção do mesmo movimento ad nauseum.

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