Estou neste momento a ver um programa que testa a minha tolerância ao máximo. É a grande reportagem da SIC sobre «Sangue Azul». Acho uma coisa estupenda que Portugal, sendo uma República, tenha duques e condes e afins. Pior que tudo foi ouvir um senhor que ainda não identifiquei se é conde ou duque ou marquês dizer que «pertencer a uma família tradicional é algo que se sente nos genes. É diferente». Ah! É o D. Augusto (como gosta de ser tratado), é de uma 'nobreza recente', com título recebido em 1909 (safou-se por pouco com a queda do regime e tal, mas adiante...) e é o Conde de Albuquerque. É açoreano de S. Miguel. Ele diz que é de uma 'família tradicional' e eu gostava de saber o que é isso, com precisão, é que por esta ordem de ideias deve pensar que será diferente de uma família de padeiros, que já são padeiros desde 1700. Parece que a família de padeiros poderá ser mais tradicional, mas é só uma desconfiança minha. Bem, vou ver quem são os restantes senhores e senhoras que conseguem a proeza de continuar a ser nobres, apesar da República Portuguesa. A casa real foi em tempos idos, agora o chefe da nação é o Presidente da Républica. E a nobreza existe sim, mas de carácter e essa, nem por compra, nomeação ou nascimento. Alguém anda a viver numa realidade paralela.
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