Era uma vez o Marco. Nascido numa família de classe média, era o filho do meio de 5 irmãos. Ele não era nem alto nem baixo, nem bonito nem feio, nem gordo nem magro, nem muito calado nem muito falador. Em tudo o Marco era mais ou menos. Na sua vida, nas suas acções, nada saía da média. Ninguém reparava no Marco porque ele era sempre assim-assim. E para ele era indiferente porque nunca foi nem muito interessado nem muito desinteressado por nada. Certo dia o Marco olhou para si e viu que já era um homem feito. Nunca nada tinha sido fácil ou difícil na sua vida, nem bom nem mau. Percebeu então que era único, nunca se tinha ouvido falar de alguém tão médio e tão constante nessa medianidade. Este pensamento transformou para sempre a sua vida nem interessante nem desinteressante. Era tão único. Quando percebeu que ninguém era como ele, nunca mais ninguém olhou para ele da mesma maneira. A sua perspectiva do mundo exterior mudou e o mundo exterior mudou com ele.
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