Gostava de conseguir evitá-lo por vezes, mas a minha veia irónica é mais forte do que eu. Tento sempre agir pela forma mais suave e mais cordial possível, mas há alturas em que me chega a mostarda ao nariz e tenho de libertar a ironia, como quem não quer a coisa, da forma mais ácida possível. Dou-lhe uma lambidela de humor para açucarar, mas a mensagem está lá. Depois olham para mim como se eu fosse algum tipo de inteligência perversa. Um certo mal estar instala-se e lá perco eu a minha imagem de afável. Na realidade sou afável, mas tenho de levar com farpas no lombo enquanto mantenho um sorriso estúpido na cara? Não. E solta-se o que às vezes nem era para soltar ali. Mas fica a casa limpa, arejada.
2 comentários:
Amén, também não gosto de deixar nada por dizer. Prefiro arrepender-me de ter falado do que me arrepender por ficar calada.
Também tenho essa faceta.
A minha ironia, apesar de suave, é acutilantemente sarcástica... :)
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