sexta-feira, abril 30, 2010

Ironia

Gostava de conseguir evitá-lo por vezes, mas a minha veia irónica é mais forte do que eu. Tento sempre agir pela forma mais suave e mais cordial possível, mas há alturas em que me chega a mostarda ao nariz e tenho de libertar a ironia, como quem não quer a coisa, da forma mais ácida possível. Dou-lhe uma lambidela de humor para açucarar, mas a mensagem está lá. Depois olham para mim como se eu fosse algum tipo de inteligência perversa. Um certo mal estar instala-se e lá perco eu a minha imagem de afável. Na realidade sou afável, mas tenho de levar com farpas no lombo enquanto mantenho um sorriso estúpido na cara? Não. E solta-se o que às vezes nem era para soltar ali. Mas fica a casa limpa, arejada.

2 comentários:

Sandra Oliveira disse...

Amén, também não gosto de deixar nada por dizer. Prefiro arrepender-me de ter falado do que me arrepender por ficar calada.

J. Maldonado disse...

Também tenho essa faceta.
A minha ironia, apesar de suave, é acutilantemente sarcástica... :)