Há dois dias atrás vi a Rosie O'Donnel na Oprah. Era a convidada especial (única) derivado a um documentário sobre famílias homossexuais (a dela em particular) e a um livro biográfico que ela escreveu «Celebrity Detox». É uma pessoa transparente, com um enorme sentido de humor e com um lucidez incrível.
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Como muitas das pessoas que tiveram vidas complicadas, no sentido em que foram magoadas ou abusadas por factos ou alguém, construiu uma personalidade forte e uma capacidade de contra-ataque perante aquilo que a fere. Contra-ataques esses que são de uma extrema violência e agressividade. A respeito de um episódio desses, ela disse o seguinte «se eu tivesse sido mais corajosa, teria apenas chorado em vez de libertar toda aquela raiva». Tenho ficado a pensar sobre o que é ser corajoso, depois de ter ouvido isto. A agressividade que responde como uma mola a quem nos fere os sentimentos é mais medo, é a necessidade de "quebrar" o outro para que ele não nos "quebre" a nós.
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Na resposta agressiva há uma certa dose de cobardia e/ou de insegurança. É preciso ser muito corajoso para tendo o poder de "quebrar" o outro, optar por não o fazer. E no lugar disso mostrar toda a vulnerabilidade. É preciso ser-se muito corajoso para despir a armadura e mostrar o corpo emocional. Nu.
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You go Rosie.
4 comentários:
Também vi e gostei muito. Identifico-me muito com a Rosie. Também sou desbocada e cheia de raiva, mas tento conter-me (às vezes).
Eu também vi e também fiquei impressionado.
É exactamente o que dizes: criou ali um escudo e agora descobre que não precisa de o ter tão espesso...
Eu não vi, infelizmente. Mas sim, mostrar as nossas vulnerabilidades, despirmo-nos, requer muito mais coragem.
foi um belíssimo ensinamento.
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