Lembro-me de estar na universidade quando me deparei com o livro «A realidade é real?» de Paul Watzlawick. Muitas vezes penso nessa frase «A realidade é real?». Os pressupostos da comunicação humana (ou ausência dela) são o suficiente para enquinar a resposta. A realidade pode ser real ou não. Vivemos num ambiente interactivo e interagimos com as crenças e representações dos outros, representações estas que deixam em nós impressões que usamos para construir a realidade. A realidade é construída socialmente e em relação com o outro (significativo ou não). Tenho um receio no meio disto tudo, o de construir o meu mundo privado e conduzir as minhas acções com base em representações que não são verdadeiras.
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Sou permeável aos meus outros significativos e acreditarei naquilo que me transmitem como sendo a sua realidade, mesmo que essa realidade seja um profundo engano pessoal. Um engano que eu não seja capaz de reconhecer, pela forte validação que já traz da outra pessoa. Não creio que se possa fazer muito a este respeito. Aceito esta condição e não me tira o sono de todo. Lamento apenas que a minha realidade com algumas pessoas possa ser apenas um efeito colateral de uma fantasia pessoal.
1 comentário:
Gostei deste post: e sim, se eu e tu estivermos diante de uma pessoa «A», tu farás uma determinada construção da pessoa e eu outra. E essa construção está dependente de todas as nossas referências que transportamos: sociais e culturais.
E comunicar é isso mesmo: por muito linear que seja, a nossa mensagem nunca será entendida da mesma forma. Basta uma das partes ter um mau background dessa mesma pessoa «A», que tudo sairá distorcido.
Conclusão: viver em sociedade é complicado. Mas isso não é novidade.
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