Acho um pouco triste quando não consigo ter afinidade com uma pessoa que não é má ou impertinente ou irritante, simplesmente porque não me identifico com nada dela. Sinto apenas desconforto por não haver nenhum ponto de contacto ou por ser obrigado a ter de agir em conformidade com a linha de ação dessa pessoa para manter uma relação de cordialidade. A tensão de obliterar-me nesse contacto, acaba por ser uma violência, mas por outro lado sinto uma culpa por essa falta de afeto e afinidade que me impele a continuar a ligação cordial que me anula. Às vezes podemos ser tão contraditórios.
2 comentários:
Acontece muito, sobretudo com chefes e familiares. Engolem-se sapos e ficamos calados. Por respeito, ou por medo, ou por cobardia, por condicionantes culturais, sociais ou porque sabemos que há batalhas que não valem a pena ou por uma mistura de tudo. A não ser que nos espezinhem, ou sejam mauzinhos de propósito, não temos de nos dar com todos. Sendo bons, atraímos e rodeamo-nos de pessoas boas, em quem podemos confiar. Elas vêm ter connosco. No entanto, nunca ignorar ou desprezar, ninguém. Tentar perceber o ponto de vista, mesmo que não coincida com o nosso. E tolerar mesmo quem não pensa como nós, e sem sentimentos culpa. A razão humana, o amor, a amizade são valores universais. Os julgamentos, opiniões, cultura não. Daí as divisões. Daí o sofrimento.
Há pessoas de quem eu queria gostar. Juro.
Mas depois não consigo agarrar em nada, porque é tudo tão contrário ao que me é confortável. É apenas uma viagem ao desconforto permanente :(
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