Até onde deve ir a nossa sinceridade? É uma coisa que me pergunto muitas vezes porque tenho essa terrível tendência, a de ser sincero. Não creio que a maioria das pessoas esteja preparada para que sejam sinceros com elas. Mas acho que isso se deve à desconfiança, as pessoas já não acreditam que alguém não tenha maldade numa observação, que não tenha segundas dimensões. Até tenho uma segunda intenção, normalmente, a de levar as pessoas a pensar que existem alternativas de ver as coisas e que o auto-conceito que têm de si mesmos deve ser pensado, quanto mais não seja, para perceberem que está correcto. Mas para sabermos que a nossa forma é mesmo a nossa forma, temos de ser confrontados. É do confronto de ideias, gostos, perspectivas que nasce a produtividade. Se alguém me pergunta «achas que devia ter mais interesses na vida?», porque não devo eu responder «acho»? Se alguém me pergunta «a minha namorada acha que a minha higiene deixa algo desejar, achas que sim?», porque não devo eu responder «devias melhorar umas coisas»?
1 comentário:
A sinceridade é uma expressão da nossa Verdade. Assim, estar receptivo à primeira é querer conhecer a segunda. Podemos aceitá-la ou refutá-la, mas estaremos sempre a integrá-la na nossa experiência.
É bom constatar que podemos ser os melhores mestres uns dos outros.
E que podemos trabalhar em equipa, para nos tornarmos pessoas melhores.
Enviar um comentário