sexta-feira, maio 28, 2010

Deserto, Deserto


Ontem foi dia de teatro e lá fui ao Teatro Experimental de Cascais (TEC) ver a peça «Deserto, Deserto» do Jean Pierre Renault. Gostei imenso. O mérito será essencialmente dos actores que foram brilhantes.
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A peça usando-se de um certo surrealismo e sentido do absurdo, coloca em cena no deserto Buster Keaton, Harpo Marx, Jacques Tati, Karl Valentin, Liesl Karlstadt e Totò. Seis grandes actores cómicos do princípio do século XX. Esse deserto, para mim, é o limbo em que se encontra o teatro e, de certa forma, o cinema na sua glória e tragédia (tal como a vida dos actores retratados). Questiona-se a morte depois da morte, o esquecimento. É também uma experiência de meta-teatro.
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Não é uma peça fácil de entender (só hoje é que me bateu o recriar dos 7 dias da criação), mas é desempenhada de uma forma tão honesta e pura pelos actores que acabamos por ser levados nessa viagem com eles. Todos os actores estão de parabéns, mas a Anna Paula e o Santos Manuel cativaram-me especialmente.
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Só não gostei de um elemento cénico no final. Um apontamento que era desnecessário quando os actores nos tinham completamente na mão. Foi uma opção do encenador e achei demasiado "anos 80", não era necessário com tão brilhantes actores.
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Quem quiser ver a peça tem até 30 de Maio no TEC.

2 comentários:

Marco disse...

O TEC tem actores muito bons. Anna Paula é um exemplo disso.
Abraço

desenhos disse...

quanto é? e a q horas? devo passar à porta já amanhã.