quarta-feira, janeiro 31, 2018

Os meus filmes de 2017

Em 2017 vi quarenta e quatro filmes no cinema. Reparei que existiram cinco que gostei mesmo muito (pontuação de 18 em 20 pontos possíveis). Acho, ainda, que agora (à distância) ainda teria subido mais a pontuação a 2 deles. Posto isto existiram mais cinco filmes dos quais gostei, também bastante. O top 10 será então o que se segue:

01- Moonlight
02- Manchester-by-the-Sea 
03- Aquarius
04- Amigos, Amigos, Telemóveis à Parte
05- Blade Runner 2049
06- Sete Irmãs
07- Castelo de Vidro
08- Foge
09- Cantar 
10- A Grande Muralha

Maze runner : Cura mortal

Acho que gostei mais do segundo filme se considerar toda a série. O filme é altamente "formulaico" dentro da categoria a que pertence: filmes pós-apocalípticos para adolescentes. É agradável de se ver em partes, altamente previsível em outras. Mas pronto, é o que é. Não se vê mal e já sabemos ao que vamos. 


13/20 

E mais outra musiquinha do Justin (a melhor das novas, até agora)


Não conhecia o Chris Stapleton e fiquei a gostar de muito de algumas das suas músicas. Nunca fui muito fã de música country, mas quando ele a derivar pelos blues e pelo soft rock/americana as conções são mesmo muito boas. Quanto ao Justin, acho bonito que esteja a fazer a música de que gosta e que vibre com isso. Podia ter apresentado a música da moda e ter um êxito brutal. Está a seguir outro caminho. Props!  

I so love Pink



Uma das cantoras mais subvalorizadas, na Liga dos Grandes. Para mim ela é uma espécie de Paulo Sousa do mundo das canções. Tem um palmarés invejável, mas nunca foi tão mediático como outros contemporâneos. O que mais me entristece é que ela tem 38 anos e dentro de pouco estará também fora das estações de rádio que contribuem directamente para as tabelas de êxitos. Sem exposição não há consumo e pouco a pouco apenas os fãs continuarão a admirar e seguir. Todo o público variável deixa de ser exposto. No caso da Pink não só gosto de a ouvir cantar como gosto de tudo o que tem para dizer. É uma pessoa real. Já andou por quase todo o abecedário da vida e atingiu um equilíbrio de pois de muitos altos e baixos. É uma pessoa real. Ah como eu gosto de pessoas reais...

quinta-feira, janeiro 25, 2018

Roda Gigante

Definitivamente eu e os críticos do Público não estamos nunca em sintonia (ou raramente estamos). O último filme do Woody Allen não me agradou. Podia ser apenas por a história ser feia (no sentido ético do termo) e pelas personagens serem feias e para lá da redenção. Mas ver a Kate Winslet dirigida daquela forma, foi triste. Normalmente existe um personagem por filme que é o Woody Allen. Desta vez são dois. A Kate Winslet e o Justin Timberlake. Não gostei mesmo da direcção artística. Quanto à história, é muito triste. Pessoas mal amadas e quebradas podem provocar danos intensos a quem com elas interage. Há aqui a procura de um caminho que misture o clássico, as grandes tragédias gregas e a tradição de melodrama hollywoodesco, mas falha no produto final. Pareceu-me um grande desperdício de recursos. Gostava mais de ter lido esta história em livro. Até a banda sonora (por vezes) era desadequada à textura emocional da cena. O valor do filme é a história e o que poderia ser, mas a meu ver é pouco.

12/20

Há 11 anos atrás

Nascia o meu afilhado e eu ofereci à mãe um bacalhau embrulhado como se fosse um bouquet de flores. As flores são já muito vistas e o bacalhau é bom para a qualidade do leite. Ocorre que o pai do meu afilhado se esqueceu do bacalhau no quarto da maternidade. E ela passou a noite com um pivete ao lado da cama. Mas nunca mais se esqueceu. É tão bom gerar recordações inesquecíveis :-p

Citação

“Yes, I deserve a spring – I owe nobody nothing.” 

by Virginia Woolf

terça-feira, janeiro 23, 2018

Hoje alguém disse...

Que a Kylie e a Madonna têm de repensar a sua estratégia de marketing para voltar aos tops das vendas de singles. Nada mais falso. Quem compra singles são os jovens e aos olhos da nossa sociedade a Kylie e a Madonna são... velhas. Por muito espectacular que seja a sua música não vão ser tocadas na rádio, não vão ser tocadas na televisão (em espaços/horários massificados) e não vão ser objecto de divulgação extra à que conseguirem engendrar pelos meios que lhes são disponíveis. O mundo pop é brutal para com as mulheres, a sociedade é brutal para com as mulheres. Claro que vão continuar a vender álbuns porque as pessoas da minha geração (quarentões e até trintões) compram álbuns e vão continuar a vender bilhetes para concertos em Arenas por oposição aos estádios e that's life.  

Outro exemplo da ditadura da idade/imagem. A Kelly Clarkson voltou com uma grande canção, mas está muito obesa e não fez sucesso também. Ela já não é cool. As pessoas gordas não são cool para a nossa sociedade, ninguém que ser nova Kelly feliz mas muito gorda.  O público que a tornou famosa não é público da Adele (que tem um appeal brutal para pessoas +40 e por isso está sempre garantida).

Já o Mick Jagger até pode estar cheio de artrite e a a cair aos bocados, mas vai ser sempre cool. Uma forte evidência das diferenças entre o masculino e o feminino, e uma prova da discriminação contra as mulheres. 

segunda-feira, janeiro 22, 2018

As grandes decisões

O ser humano tem dificuldade em tomar grandes decisões (pelo menos este ser humano) e procura sempre uma data/efeméride para marcar o "tour de force". No meio de um certo caos em que se tornou a minha vida nos últimos meses resolvi começar por uma ponta e não esperei pela segunda-feira ou pelo dia primeiro do mês. Os estados de caos resolvem-se pelo solucionar das pequenas crises que o compõem. 

A primeira decisão foi deixar de comer pão, bolos e farináceos em geral. Sinto-me mais saudável, o que é bom. A segunda decisão foi acabar a renovação do escritório que durava desde Agosto. A terceira, e acho que a mais importante, é reencontrar o meu "dancing shoes state of mind" (lá estou eu com as metáforas). É tão fácil uma pessoa perder-se nas idiossincrasias da vida quotidiana. Há quem lhe chame remoinho, mas para mim parece mais um pântano na medida em que a consequência é a inércia e a acomodação. 

As pequenas coisas não devem deixar de acontecer. É o saudável funcionamento das pequenas coisas que faz com que o todo seja uma experiência de vida plena. É tão fácil descurar as pequenas coisas e deixarmo-nos estagnar nesse mar de pequenas invisibilidades.

Olhar não é sinónimo de ver e todos os dias olhamos para esse caudal de estagnação e não vemos. Há momentos de consciência e, nesses momentos, devemos agarrar-nos à imagem como uma corda de salvação. Mantê-la viva. Começar a dar aos braços, agitar a água, resolver o que tem de ser resolvido e drenar o que está a mais e nos impede o movimento.

Às vezes tudo começa por uma coisa tão simples como deixar de comer farináceos. 

sexta-feira, janeiro 19, 2018

Madonna... África como influência?

Depois de se saber que a Kylie está de volta com um single  novo (que podia ter mais "wow factor"), sabe-se que a Madonna está a trabalhar em nova música com a Starrah e com as Ibeyi. Cheira-me a uma forte presença de África no novo álbum, com algum trip-hop pelo meio. Just saying...

Parte 4




Take me to the river
Help me find the sun
I will follow you child
I used to know the way
I forgot it all
I used to be you, child

quinta-feira, janeiro 18, 2018

Parte 3



Who can say where the road goes
Where the day flows, only time
And who can say if your love grows
As your heart chose, only time...

Parte 2



Ouch, I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found
Yeah, I think that I might break
Lost myself again and I feel unsafe

Parte 1




Baby I've been here before
I've seen this room and I've walked this floor (you know)
I used to live alone before I knew you
And I've seen your flag on the marble arch
And love is not a victory march
It's a cold and it's a broken Hallelujah

quarta-feira, janeiro 17, 2018

Sabedoria

“When you once see something as false which you have accepted as true, as natural, as human, then you can never go back to it.” 

Jiddu Krishnamurti

Dua Lipa knows best...


Dua Lipa - IDGAF

segunda-feira, janeiro 15, 2018

Três cartazes à beira da estrada

Foi o meu segundo filme do ano e penso que será caso para dizer que vai ser um dos meus filmes do ano. O drama de uma mãe que não olha a meios para "obrigar" a polícia da sua pequena localidade a resolver o mistério da morte da sua filha que foi violada e assassinada é o ponto de partida para um filme estupendo. O argumento é óptimo e as actuações são também de uma veracidade incrível. A representação de uma pequena vila no Mississipi com a sua delicada teia de forças, influências e tabus vai ficar nas memórias dos espectadores por muito tempo. Um retrato social intenso, mas também um retrato humano (no seu melhor e no seu pior). O mais brilhante ainda é o próprio argumento e a capacidade de fazer-nos ver um drama que acaba por ser todo passado em tom de comédia negra. Por exemplo, o diálogo da personagem principal com o Padre da vila é imperdível. 

Penso que iremos ver uma nova nomeação de Frances McDormand para Óscar de melhor actriz e também uma nomeação de Sam Rockwell para Óscar de melhor actor secundário.

18/20

Chama-me pelo teu nome

O filme tem uma beleza cinematográfica própria do cinema italiano, mas é demasiado fotográfico (por vezes) procurando intencionalmente uma certa estética sensual e natural que me parece forçada a servir o propósito do "coming of age" do personagem principal.  Um adolescente de 17 anos que, num belo verão, começa a explorar sexualmente a intimidade com uma jovem rapariga e um homem nos seus 30 é o ponto de partida para este filme. Há momentos muito bonitos, há momentos desconfortáveis e há uma conversa com o pai no fim do filme que achei maravilhosa. Tiro o chapéu aos dois actores principais que não sendo gays na vida real se entregaram aos papéis com uma veracidade imensa. 

15/20 

PS. O Timothée Chalamet vai ser um actor com uma carreira brilhante. Sem dúvida.

Sentiram o sismo?

Isto de trabalhar num sétimo andar e sentir o prédio a tremer não é a sensação mais segura do mundo. Claro que estou armado em mariquinhas porque 4.9 de intensidade não é nada. Mas pronto... falta de hábito (que não pretendo adquirir).