A memória trai algumas pessoas porque falha e trai outras pessoas porque não falha. A minha memória tem vida própria e por vezes presenteia-me com flashes repentinos. Às vezes é bom, às vezes é como uma chicotada. Hoje, saído do nada, veio-me ao pensamento um poema que dediquei em tempos. Andei dias à espera do momento certo para o oferecer. Esse momento chegou e na manhã seguinte, antes de sair de casa, escrevi numa folha de papel (estrategicamente colocada perto dos cereais, para ser descoberta):
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
«P.N.»
Estarei eu a ser traído pela memória?
ps. Para quem não sabe, P.N. é Pablo Neruda.
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
«P.N.»
Estarei eu a ser traído pela memória?
ps. Para quem não sabe, P.N. é Pablo Neruda.
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