O Pedro era um homem do meu ginásio. Era uma pessoa que falava a toda a gente "Boa tarde, como está?". Foi isso que colocou o Pedro "no mapa" para mim, a simpatia e a educação. Nunca troquei nada mais que cumprimentos com ele. Teria 1.90m ou pouco mais, uns 58 anos e bom aspeto. No final do treino comia uma banana. Soube agora que era arquiteto e uma pessoa de bastante sucesso. Tinha um sorriso amável e uma voz calma. O meu PT perguntou-me se eu sabia que o Pedro se tinha suicidado, ao atirar-se da varanda da sua casa (um 7º andar). Eu nem sabia que aquela pessoa com quem eu trocava 'bom dia', 'boa tarde' e 'tudo bem' se chamava Pedro. Sabia quem era, mas não sabia nada dele, nem o nome. É assim a vida, muitas vezes não fazemos a menor ideia sobre quem está no nosso raio de convivência e se estão bem ou mal emocionalmente, mesmo as pessoas mais próximas. Deu-me um sensação de tristeza, pensar no que iria no coração do Pedro, uma vez que na cara nunca ia outra coisa que não o sorriso afável. Que pena.
1 comentário:
Infelizmente há muita gente assim
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