Quando estive na Tailândia, fui beber um cocktail e duas senhoras sexagenárias meteram conversa comigo e eu já não as larguei. Eram cunhadas. A mais nova era viúva do irmão da mais velha. Conversa vai, conversa vem, elas estavam a fazer uma viagem de 4 meses pela Ásia.
A mais velha era diretora de um colégio, tinha sido jogadora de hockey e uma ativista dos direitos dos gays nos anos 70 e 80. Resolveu tirar 6 meses de sabática para a apoiar a cunhada (bancária) que tinha ficado combalida pela morte do marido.
O que eu mais fixei da conversa foi que a mais nova encontrou o amor da sua vida aos 58 anos. Para o perder 5 anos depois vítima de um cancro. Mas segundo ela, não estava zangada, ainda se sentia triste pela saudade, mas sentia-se grata ter tido a oportunidade de passar 5 anos ao lado daquela pessoa extraordinária. E a mais velha concordou. Disse que o irmão era mesmo alguém especial e que eles tinham tido algo muito bonito os dois.
Gosto desta visão celebratória do amor. Não se lamenta o que se perdeu, celebra-se o que se viveu. A saudade é da pessoa. O amor nunca se perde. Na pior das hipóteses transforma-se.
2 comentários:
Tendo a concordar contigo no último parágrafo :)
Eu acho que estou nesta página. Estou a viver cada dia sem pensar a longo prazo, grato apenas elo que vivo e se acabar, é esta vibração que fica: do privilégio.
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