Os resultados das legislativas é um retrato muito interessante da sociedade que temos, da desinformação, da falta de capacidade crítica da população, da preguiça intelectual dos principais partidos e do analfabetismo funcional de que tão pouco se fala (caso AD/ADN é simplesmente delicioso).
Considero que até sou um pessoa informada e, por conseguinte, acabo por pensar o mesmo do meu círculo de amigos e conhecidos. Mas escavando um bocadinho mais, percebo que vão atrás das notícias flash que aparecem nos média, que não vão aos websites dos partidos para ler os programas dos mesmos (na realidade nem sabem bem o que estes defendem).
Quem está zangado, encontra maior facilidade em votar num CHEGA do que fazer crescer as outras opções partidárias que podem trazer uma lufada de ar fresco (o CHEGA traz apenas o que já vivemos na ditadura, nada de novo). Fiquei muito contente por ter visto o LIVRE a constituir um grupo parlamentar e por ter ajudado e tive alguma pena de não ver o PAN expandir e ver alguns partidos de direita progressista a ganharem espaço.
Este ano vai ser muito complicado e suponho que o governo vai cair quando chegar a votação do orçamento para 2025. Ou o PSD procura um orçamento muito próximo dos valores do PS ou nada. O CHEGA não ajuda por estar confiante de que pode ser governo e tem interesse em ir para eleições de novo. Eu tenho zero interesse em eleições e por viver num regime de duodécimos.
Mais um ano de atraso para Portugal e mais um ano de atraso na execução do PRR - algo fundamental para o país e que as pessoas nem fazem ideia do que é (mas sabem que a Cristina Ferreira dançou descalça no Dança com as Estrelas).
Falo com desapego. A fé que perdi no trabalho, também perdi no nosso povo, nas instituições. etc. Limito-me a viver a minha pequena vida e a ser observador. Faço juízos, mas mantenho-me calado e lamento apenas. Não obstante, também não perco muito tempo com isso. Há muito pelo qual viver.
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