Fez hoje 10 anos que o meu pai morreu. Não sei onde ele está. Aqui onde estou continuamos a ser pai e filho. Embora eu seja a cara da minha mãe há 3 coisas que tenho iguais ao meu pai: as mãos, os pés e o espírito. Se a sua forma de existência me reconhece, gostava de lhe dizer apenas que estou bem. Que os meus pés (tão parecidos com os dele) me têm levado a sítios e a pessoas brilhantes, que as minhas mãos (tão iguais às dele) têm criado e acarinhado bastante e que o meu espírito (por influência da herança que ele me deixou) continua irrequieto e rebelde, mas finalmente tranquilo. Não sei quanto tempo é muito tempo. Sei apenas que, como ele me disse que seria há 10 anos e tal atrás, sou cada vez mais ele. 10 anos tornaram-nos próximos como nunca imaginei. Aqui onde estou deixo um beijo ao meu pai, e onde ele está espero que exista forma de ele reconhecer este beijo e acima de tudo de saber que estou tranquilo.
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ps. As árvores de Natal ficaram lindas a da mãe, a do mano e a minha.
5 comentários:
É arrepiante a forma como falas do teu pai (acho que já tinha mencionado esse facto noutro post.) Obrigada por partilhares, esses sentimentos tão verdadeiros e cada vez mais raros.
Bjito,
AR
Muitos parabéns pela homenagem que fizeste ao teu pai, Silvestre. Por certo, o espírito dele estará / estaria feliz de saber que te encontraste e que desse encontro resultou a tranquilidade que reconheces em ti próprio.
Zeg
Zeg, cá te espero no Natal para disparatarmos em conjunto com a A. o menos tranquilamente possível :-P
AR, nada que agradecer. E bjto tb para ti.
bonita lembrança beijo Si
Só consigo dizer uma coisa apenas, depois de ter lido esta dedicatória: que acredito que ele olha por ti e se sente muito feliz pelo filho que tem. O Amor é uma energia imortal.
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