Vi o filme há 4 dias. Resolvi não escrever sobre ele no próprio dia. Achei-o muito denso, embora num sentido positivo. É um filme cheio de pormenores, de camadas, muito texturado. Se escrevesse no próprio dia, diria que não tinha gostado tanto como (agora) percebo que gostei. O filme é extremamente inteligente, faz-nos acredita por momentos que é a personagem principal e pouco mais, porque é tanto o que se passa com a protagonista. Contudo, pensando um bocado, o filme é quase um compêndio de referências a estilos cinematográficos, na sua maioria fora do circuito mainstream, que estão entrelaçados de forma muito subtil (por vezes não) no tecido que acaba por ser a versão final da história. É um filme de terror psicológico? Um thriller? Um drama? Um softcore? É tudo isso e a personagem principal serve muito bem como eixo a todas as variações que se operam. A Natalie Portman saiu-lhe a sorte grande. Creio que muitas actrizes gostariam de um papel assim. Ao mesmo tempo talvez lhe tenha saído mais o cisne negro que o cisne branco. Pensando bem, a sua vulnerabilidade em dados momentos é um pouco cliché, mas nada prejudica a interpretação ou o desenrolar do filme. A sequência final é o detonar de tudo, das emoções, do argumento, tudo. Era bom que todos os filmes acabassem com a mesma intensidade e quietude.
17/20
1 comentário:
E pronto. Na mouche. Once again.
Enviar um comentário