E começou o processo. Hoje o Parlamento aprovou. Agora serão uns bons 8 meses até que a lei esteja pronta para ser aplicada. Não creio que vá ser fácil a transição. Mas alguém terá de sofrer os primeiros impactos. Digo isto porque não me esqueço nunca dos «brandos costumes». O português é alguém que não se importa muito abertamente com uma questão até que ela lhe bata a porta. Antes disso pode fazer comentários em ambientes protegidos, fruto de alguma cobardia ou deixa andar. Depois também não somos, no geral, particularmente instruídos, inovadores ou progressistas. Tenho receio da tacanhice e do medo. Percebo que há pessoas que têm efectivamente medo da homossexualidade, e por isso reagem com agressividade ou violência ou apenas estupidez natural.
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Como será quando os casais homossexuais expressarem livremente o seu afecto em público? Estão casados. Reconhecidos pelo Estado. É legítimo. Não creio que a resposta vá ser animadora nos primeiros anos. Tem de se ter coragem. Muita gente nos séculos anteriores ao nosso tiveram a coragem de se expor para que hoje os seus semelhantes podessem usufruir de direitos fundamentais. É o mínimo que se pode fazer. Ter coragem.
2 comentários:
Não sou uma pessoa particularmente optimista, mas dá tempo ao tempo. Espanha também é um país extremamente conservador e a coisa foi sendo aceite (lentamente)...
As pessoas devem ser livres e ter o direito de escolha, não somos iguais, somos de diferentes religiões, educação, personalidade e maneiras diferentes de pensar ou agir. O casamento é a união do amor entre pessoas de sexo oposto, uma tradição. O amor entre pessoas do mesmo sexo não necessita de casamento, é uma fuga à tradição.
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