segunda-feira, junho 15, 2009

O Algarve da minha infância

Há uns 27 anos que não ia para a zona de Tavira. Quando era miúdo costumava passar os primeiros 15 dias de Setembro em Vila Nova de Cacela. Depois ia com os pais para a praia da Manta Rota. V.N de Cacela era uma povoação muito simpática com casas típicas baixinhas e lembro-me que a casa onde eu ficava tinha um poço onde eu passava horas a içar baldes de água.
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Fiquei contente por saber que ia voltar a um local da minha infância. Todavia, já devia saber a esta altura que não é bom revisitar a infância porque 27 anos é muito tempo. A urbanização onde fiquei em Cabanas de Tavira enganou-me por momentos, porque está bem feita, bem integrada no meio. Quando fui a Cacela para jantar no restaurante de sempre «A Camponesa» ia tendo uma coisinha má. Aquilo evoluiu, mas no mau sentido. Prédios baixos, mas que não se parecem com nada, lojas para turistas tipo Albufeira (não as outras de docinhos regionais de outros tempos). E as praias, bem essas estão a ficar esventradas com tanta construção pelas dunas. Só empreendimentos, em Montegordo até vi uma pousada que é um castelo enorme (com marquises) no meio de edifícios tipo caixote. Uns bares manhosos que são o suficiente para alegrar os ingleses bifes e pouco mais.
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Por acaso conheço em certos sítios do Algarve praias maravilhosas, semi-desertas. Mas nem aos amigos digo onde são (os amigos têm amigos e o efeito de cadeia é terrível em certas situações). O Algarve é um sítio excelente, mas o Allgarve está a papá-lo todo. Por isso vamos ver durante quanto tempo as tais praias sem vigilância ainda se vão manter intactas.

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