quarta-feira, junho 02, 2010

Medo

Pode parecer contraditório mas sendo verdade que adoro pessoas, aquilo que me mete mais medo são as pessoas (ou as suas mentes para ser mais preciso). A forma como emocionalente as pessoas se agarram a crenças e determinados valores pode fazê-las dizer/fazer as coisas mais terríveis.
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Tenho estado a acompanhar e estado envolvido em discussões sobre a triste acção de Israel (mais uma) sobre os barcos de ajuda humanitária a Gaza. Os argumentos dos pró-israelitas deixam-me perplexo. Triste. Fala-se com um total desprezo pelo vida humana e sem a menor noção de história da humanidade e de filosofia política. Acho que alguns amigos de amigos «pró-israelitas» seriam capazes de me bater apenas porque defendo que Israel é um país desonesto a realizar terrorismo encoberto por um Estado de direito.
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Não sou pró-árabe e os palestinianos não são árabes, assim como os iraquianos são são árabes e os iranianos não são árabes. São todos, na sua maioria, muçulmanos. Será isso que os une. Já vi muitas injustiças cometidas por e em países muçulmanos. Mas este caso é mais o resutado de uma manobra política somado a um acto de contrição do mundo ocidental por ter acontecido o holocausto.
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Devolveram-se os judeus à terra de onde eram originários. Onde viviam palestinianos. Ao ocidente convinha ter um aliado no médio oriente. E os palestinianos foram expulsos da terra onde viviam. Foi fundado um país com base no terror e no medo. Essencialmente por razões políticas. Esse terror germinou no que conhecemos hoje.
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Se terrível o holocausto? Sim, uma das páginas que mais me envergonha na história da Eurpa. Se acho justo a formação do Estado de Israel? Tão justo como se as Nações Unidas resolvessem devolver o sul de Portugal aos muçulmanos porque afinal a terra era deles antes de ser conquistada por cruzados. A lógica é a mesma. O Alentejo e Algarve não seriam nossos
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Mais uma vez digo, chega de falar do holocausto e dos crimes cometidos contra judeus quando esses mesmo crimes aconteceram e estão a acontecer no Darfur, na Birmânia, no Sri Lanka, Chechénia, Ossétia, etc.
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Os judeus foram vítimas. O Estado de Israel não é. E este Governo é criminoso aos meus olhos. E falamos de terrorismo islâmico, mas quando Yitzhak Rabin tentou procurar efectivamente uma solução de paz foi morto por um radical judeu, um judeu como ele.
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É a minha opinião. Existem pessoas que podem desprezar a minha opinião. Eu também desprezo as opiniões de algumas pessoas e mesmo algumas pessoas, mas isso não me dá o direito de atacar essas pessoas. Acredito na diálogo. E acredito na impossibilidade do mesmo, neste caso retiro-me. Não ataco ou instigo contra quem não tenho argumentos.

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