Porto

Passei um fim de semana muito feliz no Porto - mas precisamente em Rio Tinto. O nosso lar está onde existem braços que nos acolhem com conforto. Este fim de semana também estive em casa ali. 

Faz-me um bocado de confusão

Pessoas que metem os engates à frente dos amigos. Algo combinado com um amigo deveria ser sempre mais importante do que uma nova foda. Essa alteração de prioridade é fodida (just saying).

Aparelho nos dentes

Até agora a viagem que começou em Outubro de 2021 tinha sido relativamente tranquila, sem aftas e com poucas dores de dentes - com a excepção do dia do aperto. Acontece que comecei a fase final e, esta sim, dói que se farta os meus incisivos superiores e inferiores terão de andar uns bons 5 milímetros para trás e a julgar por esta semana já transpiro de pensar no resto. 

True

 

Barbie

Gostei bastante do filme. Não obstante ser pouco direto, tem um subtexto bastante interessante e é muito irónico. Mas penso que se fosse mais direto não poderia ter a crítica velada que tem às relações de género e aos engodos lançados pelo patriarcado para fazer as mulheres sentirem que têm oportunidade se que são iguais. Ao mesmo tempo consegue levar para o terreno a ideia de que as mulheres são igualmente cruéis tendo a oportunidade através de regras pré-estabelecidas e não questionadas. Talvez o final não seja o que desejei, porque é demasiado metafórico. Creio que mais de metade das mensagens do filme vão cair em saco roto por serem muito inteligentes ou metafóricas. Mas de outra forma nenhum estúdio daria ok ao filme, penso.

A Margot Robbie é sempre maravilhosa, mas o que faz o Ryan Gosling seria merecedor de nomeações para melhor ator, espero que isso aconteça.

15/20

Asteroid City

O último filme do Wes Anderson está recheado de estrelas e é uma carta de amor aos filmes de Sci-Fi dos anos 50. O filme é bastante conceptual, tem 3 linhas de ação a correr ao mesmo tempo, ao estilo Matrioska. Esta comédia (por assim dizer) que se processa a um ritmo teatral (quase que me parece uma encenação ao estilo Dogville, mas ao contrário) acaba por ser um exercício sobre luto, sobre exorcizar diferentes tipos de dor. Temos esse elemento espalhado por quase todos os personagens principais. 

O filme é complexo, tem momentos bastante bonitos e outros verdadeiramente surreais. Mas acho que cedo aceitamos que estamos a ver um projeto conceptual e não há mal nenhum nisso.

15/20

Indiana Jones e o Marcador do Destino

Este último Indiana Jones foi bom de ver, tal como é bom irmos visitar uma tia mais velha de quem gostamos muito. A história é bem engraçada, apesar das cenas de ação serem tremendamente inverosímeis - a vários níveis.

Pode dizer-se que o filme entretém bastante e se sair um sexto filme ainda vou ver, porque já vi os outros todos. Agora, não é um Indiana Jones e o Templo Perdido.

14/20

 

Triângulo da Tristeza

O filme vencedor do Festival de Cannes de 2022 é uma comédia do estilo "eat the rich" em que as hierarquias de poder e o estilo de vida associado às grandes fortunas é questionado de forma sarcástica. Outras hierarquias de poder são também discutidas, como a beleza e o género, mostrando que muito facilmente, por eventos acidentais, as hierarquias podem mudar e com elas as próprias motivações e personalidade dos indivíduos. 

O ritmo do filme foi talvez um pouco lento para aquilo a que se propõe, mas é bem eficaz na mensagem. Acho contudo que o final devia ser mais explícito apesar de não ficar mal como uma narrativa aberta.

15/20

Cher... got to love her.

Love to love you, Donna Summer

Já que estava a ver documentários sobre pessoas que alcançaram o estrelato, resolvi ver este Love to Love You, Donna Summer e fiquei agradavelmente surpreendido. Creio que todos sabemos que a Donna Summer foi a rainha do Disco, mas creio que já ninguém se lembra realmente da sua voz e do que ela representou para a música e para a evolução social no final dos anos 70. Eu não me lembrava. 

Foi muito interessante descobrir que era uma mulher complexa (com muitas camadas) e profundamente religiosa ou temente a Deus. Aliás foi devido a este fervor religioso que foi lançado um boato sobre ela dizer que a SIDA era um castigo para os homossexuais, o seu maior grupo de seguidores. Uma má gestão desse boato veio, de certa forma, acabar com a carreira dela. Acho que vale a pena ver.

TINA

TINA, o documentário da HBO sobre a Tina Turner com a participação da mesma foi muito bom de ver. Independentemente do talento, da voz e de celebridade, Tina Turner vai ser sempre um exemplo de superação e inspiração. Nunca é demais ver um documentário sobre esta grande mulher. 

Ontem

Ontem na sessão de terapia tive uma conversa com o meu "eu" de 6 anos. Não pensei que fosse ser tão intenso. A fotografia usada para me ancorar no passado foi tirada no verão antes de entrar para a escola. Tenho um sorriso enorme, um penteado muito feio que a minha mãe me fazia (próprio da altura) e tenho um olhar cheio de esperança e curiosidade. Lembro-me perfeitamente daquela t-shirt vermelha. É estranho que já não me lembrava de mim com aquela expressão. Realmente, com a expressão mais delicada, sem barba, ainda sem o efeito da testosterona, sou igual à minha mãe. 

Uma fotografia antiga traz muitas recordações, ainda mais quando o objetivo do exercício é mandar-nos de volta ao passado. De repente estava ali também, naquele momento daquele verão, mas com a diferença de que sei tudo o que se passou nos 43 anos a seguir e ele não sabe nada do que ainda está para vir. 

Esta terapia tem sido uma viagem e peras e que bom que estou nesta viagem.

Lá cedi

Estava mesmo decidido a comprar árvores artificiais para a varanda e para o escritório, mas estando no IKEA acabei por comprar duas palmeiras e uma Yucca. Desta vez li as etiquetas e já percebi que comprei plantas que bebem pouca água. Creio que estas já não vão ser afogadas e apodrecidas. E sim, com plantas naturais fica tudo mais bonito. Em particular, adoro a a minha nova varanda com as suas novas cores, mobília e palmeira (o gato também adora comer as palmeiras, por isso ficou de novo proibido de ir sozinho à varanda). 

Ghosting

Acho que a prática do "ghosting" é das maiores manifestações de cobardia, falta de educação e egoísmo que existe. Não percebo como é que isto se tornou uma prática comum entre as pessoas, em especial nos menores de 35. É algo que me choca a sério, porque é de um profundo desrespeito pelo próximo. 

Émile Durkheim (sociólogo) falou disto - de certa maneira - e caracterizou o estado que proporciona e empola este tipo de comportamentos como 'anomia social'. Desse conceito retenho apenas o aspeto da quebra de solidariedade entre humanos. Como ele dizia “A única força capaz de servir de moderadora para o egoísmo individual é a do grupo; a única que pode servir de moderadora para o egoísmo dos grupos é a de outro grupo que os englobe”.

A questão é que a existência fragmentada da sociedade atual conduz a que os indivíduos se sintam legitimados para ser egoístas e individualistas, até porque a noção de todo, de sociedade civil, de regras de grupo é cada vez mais fraca. A idade do informação é também a idade da falta de noção. A valorização do 'Eu' toma conta de todos os aspetos coletivos a pouco e pouco, mas com efeitos muito negativos. Individualidade não é sinónimo de individualismo. 

Tantos desencontros

Vou dizer-te sempre que sentir saudade

Mesmo que te assuste a minha claridade

De que serve ouvir que vais estar sempre aí

Quando o sempre é raro e não é aqui

As palavras secam quando não são ditas

Tanto espaço leva até as mais bonitas

Guarda para quando sentires que sim

Um dia o amor encontra-te no fim

__

O melhor elogio que já me fizeram

Foi depois de uma queda

Em que apesar de ter ido de frente ao asfalto

Sem tempo para preparar o tombo com as mãos

A cara não tocou no chão

E levantei-me miraculosamente intacta

"That was the most graceful fall ever"

Disse atrás de mim uma inglesa

Impressionada com a precisão da minha autossalvação

O truque é não criar danos

Mas aterrar perto do chão o suficiente

Para que fique a dúvida

É algo que se treina: absorver os desastres

Prevenir a queda depois da ruptura de ligamentos

Olhar de frente o chão e ainda assim manter os dentes:

Saber cair é uma ciência.

Tantos desencontros (excertos) - A Garota Não

Wham!

Acabei de ver o documentário sobre a ascensão e término dos Wham. Tenho pena de que as pessoas a pouco e pouco esqueçam o enorme talento do George Michael. Este documentário foi enternecedor de ver, como ele teve a oportunidade de subir a escada da fama com o melhor amigo que poderia ter e quais os pensamentos dele a respeito da própria fama que estava a ter. 

Parece um filmezinho caseiro, mas isso até é bom. Ver como se forma uma banda quando ainda não existia Internet e as pessoas tinham de ter talento.

Michelle Obama says...

When they go low, we go high.

When I want to go low, it’s all about my own ego. It’s not about solving anything.... It’s about seeking revenge on the thing that happened to you.

Going high, it means that your response has to reflect the solution. It shouldn’t come from a place of anger or vengefulness. 

There is a bigger purpose for me out there. So when I respond to something, I have to think about that. 

Nietzsche tinha razão em várias coisas

“He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster.”

“Nothing on earth consumes a man more quickly than the passion of resentment.”

PS. Continuarei com zero ressentimento. E, já agora, um aviso de navegação aos D. Quixote: esse monstro que andam a combater... é um moinho de vento. Mas vocês transformaram-se em bestas no decorrer dessa luta fantasiosa. 

Ação / Reação

Hoje fizeram-me uma ação muito feia. Penso sempre que é uma pena o comportamento obscuro e/ou mesquinho. Mas aprendi nestes últimos meses a não personalizar nada. Um comportamento com falta de delicadeza, de educação, de clareza, de honestidade, de nobreza de carácter diz absolutamente nada sobre o alvo desse comportamento. Diz apenas muito sobre quem o mete em prática. 

Ao mesmo tempo que uma coisa má está a acontecer ou aconteceu, o mesmo se passou em sentido inverso. Algo bom aconteceu. Todos os dias morrem pessoas, mas todos os dias nascem pessoas. Isto é verdadeiro para o que se passa conosco, há coisas más a acontecer, mas há coisas boas.  No meu caso, depois dessa ação feia, vim aqui ao blogue e descobri um comentário bonito que me deixou feliz. 

A opção é pois nossa de transportar conosco o que queremos transportar. A ação feia ficou lá atrás, apenas a lembrança de que existiu mas vazia de efeito emocional. A emoção da ação bonita continua a ser transportada pelo cérebro e esse é o único loop de pensamento que me permito. 

O universo é perfeito no seu equilíbrio. É apenas a única coisa que me interessa.

Três

Depois de 'A Breve Vida das Flores' li agora o 'Três', outro romance da escritora Valerie Perrin. Gostei mesmo muito. Há algo de clássico na forma como escreve, mas diria que a forma como avança e retrocede no tempo cria uma atmosfera bastante moderna sem nunca se perder um certo conforto na leitura e, ao mesmo tempo, criando camadas de ação que contribuem fortemente para o mistério inerente aos seus romances. Ela dá sempre qualquer coisa ao leitor e tem sempre uma pequena informação na manga de que precisamos sem saber. Essas pequenas informações que são uma novidade e/ou uma solução para elementos opacos estimulam o nosso interesse na leitura. É bastante "francesa" a escrever, mas escreve muito bem. 

Quanto ao livro em si, é raro ver um livro para adultos que se centra essencialmente na infância e na amizade. Não é bem uma história de "coming of age", mas diria que até é mais. Vale a pena ler. 

Glamorous

Acabei ontem de ver a primeira temporada. Não está exatamente mal. É bom ver, de novo, a Kim Catrall em ação num formato que se pretende moderno e divertido, com muita cultura LGBTIQA+ ao barulho. É uma espécie de Ugly Betty, mas em pior. No caso temos um jovem trans youtuber que vai ser assistente de uma bem sucedida empresária de maquilhagem. 

Temos aqui material, senti o mesmo que na primeira temporada do The Witcher, está ali algo que pode ser potencialmente bom, mas ainda é uma ideia insipiente. Espero que na próxima temporada aquilo ganhe fôlego e fique algo mesmo bom. 

Matei mais uma planta

Eu sou especialista em matar plantas, ou por excesso de água ou por falta de água. Esta parece que foi por excesso. Acho que vou mesmo passar para as plantas artificiais. 

Gastos

Ontem gastei uma pipa de massa em dois perfumes. Um deles Luna Rossa Sport (Prada) foi descontinuado e encontrei-o numa loja por acaso, o outro, Rain Essence (Bulgari), é a minha mais nova descoberta e há muito que não me sentia tão entusiasmado com um perfume. É mesmo a minha cara. Estou fascinado com o aroma e vai ser um perfume daqueles que me vão acompanhar para a vida, assim não seja descontinuado. E tenho então como perfumes neste momento Bleu Noir (Narciso Rodriguez), Code (Armani), Rain Essence (Bulgari) e Phantom (Paco Rabanne). E fico-me por aqui. 

Coisas que gostava de evitar

Aos 80 anos de idade a minha mãe estava perfeita, não tinha uma única doença, não toma comprimidos para nada estava física e mentalmente perfeita. Depois de uma simples operação às cataratas a vida dela tornou-se um desafio. Desde Outubro que o sofrimento é uma constante a perda da visão claro que é um problema, mas as dores constantes, a abertura de úlceras nos olhos e outros problemas decorrentes das operações não parecem ter fim. Para mim é doloroso não a poder a ajudar e sentir-me bastante impotente, é uma merda quando não conseguimos proteger aqueles que amamos. Com esta idade ela devia era estar a aproveitar os anos que faltam em sossego. É a vida. Tudo isto vai continuar a ser um enorme desafio de paciência. Mas havemos de lá chegar, espero.

Barcelona

A viagem a Barcelona foi idêntica à viagem ao Porto (a viagem de março que deu início ao meu "interrail" pessoal) e assim acabei como comecei. Foram 4 meses de viagens e finalizei com aquele sentimento de ir a um sítio que gosto, onde me sinto bem, para passear e simplesmente estar, sem pressões de ser turista. O conforto foi grande e a sensação de familiaridade também. O tempo lá estava belíssimo e nunca pensei que iria achar graça a ficar de papo par o ar na piscina de um hotel, mas o descanso também se faz disso.

Um dado engraçado é que com tantas viagens creio que consegui controlar a minha ansiedade em andar de avião. Já não fico apavorado com as descolagens e consigo controlar-me quando há turbulência. 

Sabemos que o nosso gato está a ficar velhote quando...

Sabemos que o nosso gato está a ficar velhote quando já não temos medo de deixar as janelas abertas e o deixamos ir para a varanda apanhar sol. Já não salta atrás dos insetos ou pássaros para os tentar comer. A parte chata é que voltei a ter moscas em casa. Antes ele comia todas, nem um zunido se ouvia. 

A ver se é desta

A ver se é desta que pinto a varanda e que fica tudo, finalmente, pronto nesta casa. Apesar do WC continuar a necessitar de ter o duche arranjado. Acho que vou ao IKEA comprar duas plantas artificiais para meter na varanda, assim não há risco de assassinatos. Sou péssimo a tratar de plantas e mesmo quando me porto bem o Limão trata de arrancar as folhas todas. Agora que ele já fica na varanda, passou a ser um mau sítio para plantas. 

A última das viagens de verão

Amanhã parto para Barcelona e será a minha última viagem até ao final do verão (a menos que me apareça uma pechincha daquelas). Já começo a ter muita vontade de não sair de Lisboa porque, apesar de todo o contentamento, as viagens dos últimos 3 meses e meio, começam a pesar no corpo. 

O verão é bonito em Portugal e tenho a minha casinha de campo e a casa de praia para usufruir. Também já convém dar um pouco de atenção ao que está no país. 

The Office (acabei)

Acabei ontem de ver a versão americana do The Office. Nove longas temporadas. Teve um travo nostálgico contudo este final. Tal como na série, o início diferiu muito do final. Mas a vida acontece, não a dominamos e temos apenas de seguir o fluxo, aguentando o barco a navegar e a tirar o melhor partido de correntes e marés. 

Tenho ainda mais duas sitcom para acabar. E quando acabarem, acaba-se a nostalgia. Sou o género de pessoa que tem de levar tudo até ao fim, para poder partir para outras. 

Visita

Quando as amizades são verdadeiras não temos de andar atrás delas. Uns amigos da Madeira estiveram em Lisboa e procuraram estar comigo, o que aconteceu. Fiquei muito grato que me tivessem encaixado na sua agenda cheia para uns poucos dias na capital. Foi bom saber deles, dos planos, projetos, e falar-lhes dos meus planos e projetos. Um encontro sobre o presente e o futuro. Que bonito final de tarde (e aqueles bolos, meu Deus!).

Lausanne, Genéve e Lake Leman

Tem sido muito boa esta viagem pela Suiça. É sempre uma experiência feliz estar com amigos de muitos anos e nunca tinha vindo visitar. Fiz paddle pela primeira vez, passeei pelas cidades, fui fazer provas de vinhos e falamos da vida, das nossas experiências dos últimos anos e de como não temos espaços ocupados por amarguras. 

O momento mais alto desta viagem foi quando passeava sozinho por Lausanne no bairro de Ouchy a descer em direção ao lago. Estava um sol radioso a brilhar, à minha volta aqueles edifícios tão bonitos com as portadas coloridas e começa a tocar Walking on Sunshine no Spotify. Lógico que comecei a cantar e a dançar pela rua abaixo, a sentir-me mesmo muito feliz. Não vou esquecer este momento. O melhor da vida faz-se de coisas simples.

 

Canção fixe

Melody Noir - Patrick Watson

Veneno

Gostei muito de ver a minissérie biográfica sobre Cristina "La Veneno" que era uma prostituta transsexual que se converteu numa personalidade televisiva. É uma biografia extraordinária, com muito de cómico, mas mais de trágico. A forma como a série foi filmada é muito inteligente, dinâmica e prende o expectador. Acho que vale a pena ver porque, para lá da vida da própria Veneno, é um retrato muito interessante sobre o mundo transsexual. Gostei imenso. 

ps. Não resisti a ir procurar a entrevista original, quando descobriram a Veneno em 1996 e é realmente "algo". Mas se o fizerem façam após ver a série. 

Remodelação da varanda

Já comecei o trabalho de reabilitação da varanda. Pintei a mesa e as cadeiras, deitei fora tudo o que não fazia sentido. Comprei um cadeirão de leitura novo, novos estofos para as cadeiras da mesa e um vaso com uma planta com ar de verdadeira para colocar sobre a mesa.

Estou aqui na dúvida se compro duas plantas altas artificiais que vi no IKEA, ou se compro plantas verdadeiras. Posto isto só fica a faltar pintar o chão que passará a ser cinza e está tudo. Já poderei passar Julho e Agosto a usar e a ler ao fresco.

Li e gostei - I

Quando eu te encontrar de novo

Eu vou te dar um beijo solto, desses intercontinentais.

Madrid a capital do sexo

Um amigo meu que foi viver para Madrid diz que a realidade da cidade o está a sugar. Ao fim de 1 ano quer voltar para Lisboa porque no mundo gay praticamente tudo se alicerça no sexo e em torno de festas de sexo. A voracidade sexual é de tal ordem que mesmo fora de festas de sexo, as pessoas podem ter 10 parceiros diários (confesso que fiquei impressionado com este último número) e o vício é de tal ordem que todos os tipos físicos marcham. Isso talvez seja uma boa notícia para quem acha que tem dificuldade em estar com pessoas que correspondem ao padrão de beleza mais valorizado. Em mim teria o efeito oposto, ia achar muito deprimente estar com alguém que tanto poderia estar comigo como com o Quintino Aires - assim necessitasse de se satisfazer. São realidades. 

Santos Populares

Saí na noite de Santo António. Fui sozinho para Alfama e foi a primeira vez em muito tempo que me senti sozinho. Fixei-me particularmente nos casais que estavam por ali a divertir-se em conjunto. Passou tanta gente feliz por mim  - enquanto eu bebia a minha Bandida - e eu fiquei a pensar nos tempos em que também fui feliz daquela maneira. Foi um misto de nostalgia e de despertar para a realidade. 

Agora que já existo como pessoa - já estabeleci os meus limites e estou a  solidificar os mesmo - se calhar já começava a pensar na minha "geografia" e à minha volta. Pensar o contexto e o ambiente que desejo.

Copenhaga

A viagem a Copenhaga foi grande e também feliz, não quer dizer que não tenha sido fácil por alguns aspetos emocionais. A minha companheira de viagem, foi a minha mãe e esta viagem era supostamente para celebrar o resultado da segunda operação aos olhos (que tinha corrido bem). Mas infelizmente, o tempo foi passando e o resultado da operação não se deu como esperado, a minha mãe continua a ver pouco com prognóstico de poder ver ainda menos (mas milagres acontecem, diz-se). 

De repente esta viagem tornou-se aquela que pode ser a derradeira. Como a minha mãe ainda vê algo, quis dar-lhe a melhor experiência possível. Algo que lhe ficasse na memória. Claro que a fiz andar muito, sempre com muito cuidado com degraus, com passeios ou qualquer outro obstáculo que a podia atirar ao chão (como já aconteceu).

Levei-a também a Malmö e aí tive a maior felicidade, porque fomos a uma igreja com 700 anos, cuja luz dentro lhe permitia ver mais. E ela viu a igreja e adorou todos os detalhes da mesma.

A cidade de Copenhaga é realmente espetacular, apanhamos um tempo excelente. Fizemos tours de barco caminhamos ao longo dos canais, andamos 6h por dia a ver coisas, a ter experiências como nos jardins do Tivoli. 

Aproveitei para fortalecer a nossa ligação, que já é bastante forte, e quis que ela se sentisse valorizada. É uma pessoa humilde e não percebe bem que é muito melhor mãe que a maioria das mães que conheço. Ela acha que é igual às outras, que uma mãe é uma mãe e pronto. Mas não é bem assim. 

Copenhaga fica para sempre como aquela viagem que fizemos apenas os dois e em que fomos mãe e filho e dois grandes amigos. 

Obcecado com o Jão

Acontece - Jão

Idiota - Jão

Em primeiro lugar adoro o timbre dele. Dito isto gosto bastante do tom que impõe nas letras e o último álbum, Pirata, tem uma sonoridade electro dos anos 80 que acho deliciosa. Já criei uma lista spotify com o meu Best of do Jão. Há muito tempo que um artista brasileiro não me prendia tanto. 

Estou como a Ariana Grande

(...)

Spend more time with my friends 

I ain't worried 'bout nothin'

Plus, I met someone else

We havin' better discussions

I know they say I move on too fast

But this one gon' last

'Cause her name is Ari

And I'm so good with that (So good with that).

(...)

I've got so much love (Love)

Got so much patience (Patience)

And I've learned from the pain (Pain)

I turned out amazing (Turned out amazing)

Say I've loved and I've lost (Yeah, yeah)

But that's not what I see (Yeah, yeah)

'Cause look what I've found (Yeah, yeah)

Ain't no need for searching.

(...)

No meu caso,  numa relação saudável e significativa com o Silvestre e agradecido por tudo e todos que me trouxeram até aqui. 

Lyon

Lyon foi tudo e mais do que eu esperava. Uma cidade que é uma espécie de Paris despretensiosa, cheia de cultura, história, arte, mas também uma cena alternativa que é discreta, mas presente. As caminhadas entre os dois rios foram ótimas. Não me importei de andar uma média de 14km por dia, conheci muitos cantos, mas acho que ainda muito ficou por ver. Mais uma vez tive a sorte de ter tido uma excelente companhia, com o mesmo nível de alegria e encanto por aquilo que a cidade estava a proporcionar. 

Não me vou esquecer do sol de Lyon, o parque, as igrejas o meu primeiro passeio de trotinete elétrica, a comida rústica, os grafitti quase como códigos escondidos e aquele bolo maravilho de rum típico de Bordéus que me foi oferecido pela empregada de uma pastelaria porque fiquei a falar com ela um bom bocado. Falar com estranhos pode ser algo de muito bom.

Também não me vou esquecer o homem que me pediu para o fotografar a reproduzir a fotografia que o pai dele tinha tirado há muitas anos atrás na fonte perto do Museu das Belas Artes. São todas estas pequenas coisas que fazem grandes recordações. Não percam Lyon!

Reaparecida

 A carteira apareceu.

Coisas que não quero

 Ser um "homem-troféu". 

Mindset

"A vida é apenas tão boa quanto o nosso mindset".

Li esta frase hoje e não deixei de pensar nela. É daquelas "verdades La Palisse" que ao ser tão óbvia cai fora da nossa atenção e acabamos por não trabalhar o mindset como deveríamos, para que a nossa vida seja efetivamente melhor. 

Perdi a carteira

Que pena tive por ter perdido a carteira. Mais do que ter de fazer todos os cartões de novo, que é sempre chato, eu gostava mesmo muito daquela carteira. Aquela carteira será irrepetível, mesmo que eu compre outra igual. Era o suporte físico de uma boa recordação, agora será apenas uma recordação - no verdadeiro sentido da palavra. 

MIMICAT ROCKS

Fica para memória futura: acho que a Mimicat tem imenso talento e que nos representou na Eurovisão com uma garra e uma vontade há muito não vistas. Gosto de pessoas como ela, vivazes, humildes, esforçadas e gratas. E nunca vou esquecer aquele avançar em palco (durante a parte lenta) na meia final. Foi pura sensualidade, até fiquei 30% mais hetero a ver aquilo. Fuck Yeah!

Há tanto cantor na nossa praça, saído de concursos bonitinhos, de redes sociais com a mania do estilo, que não são metade da artista que a Mimicat é. Faço-lhe uma vénia.  

Londres

Que belo fim de semana tive em Londres. A primeira manhã fui ao mercado de Portobello porque o meu amigo anda sempre à procura de antiguidades que possa converter em dinheiro. Depois fiquei acompanhado pela cidade quando ele foi para casa do namorado e que bom que foi. Andei sozinho a pé por todo o lado e claro, antes de voltar no Domingo, terminei o meu passeio na Tate Modern. O dia estava cheio de sol, o céu estava azul. À meia noite já estava no sofá com o meu gato a ver mais um episódio do The Office, antes de ir para a cama. 

Dois amigos ficaram aborrecidos porque eu não disse que ia a Londres. Na realidade não me lembrei porque penso sempre que estive muito tempo sem dizer nada a algumas pessoa. Mas fico de coração cheio ao perceber que o meu mundo não encolheu assim tanto e que na próxima vez terei de passar menos tempo sozinho por terras de Sua Majestade. 

No aeroporto a minha mala ficou presa na segurança e ainda tinha 6 malas à minha frente para verificação. Noutros tempos iria ficar ansioso, desta vez comecei a cantar canções portuguesas do festival e da Madonna enquanto esperava. Deu-me um certo gozo a cara dos seguranças a verem o quão descontraído eu estava. Estava capaz de jurar que uma das seguranças também estava com vontade de acompanhar. 

Guardiões da Galáxia 3

Fui ver o que "supostamente" será o último capítulo da série. Gostei bastante do primeiro filme, o segundo gostei porque era do género (embora mais fraco). O terceiro surpreendeu-me muito. Ri bastante, mas nunca pensei chorar a ver um filme destes. Acho que o James Gunn subiu imenso a fasquia ao centrar o filme na amizade e na lealdade. É um argumento muito inteligente porque tem uma crítica velada mas muito forte à humanidade e fundamentalmente ao modo como tratamos as outras espécies ditas inferiores (higienização, vivissecção, mutação, etc.). 

A parte cómica voltou a estar ao nível do primeiro filme (que bom), mas a parte dramática deu um salto quântico e foi um dos filmes mais completos que vi nos últimos tempos. Quem conseguir ler as metáforas, penso que vai gostar tanto do filme como eu. 

18/20

Dia de anos

No dia 10 acordei de manhã sem o despertador. Tarde. Fui tomar o pequeno almoço e depois fui para o sofá fazer festas ao gato. Estive ali um bocado a ver televisão, até que chegou a hora do almoço. Fiz o almoço. Comecei a pensar que era bom ir ao cinema, algo que gosto muito e que tenho feito pouco. Fui sozinho (ultimamente sabe-me bastante bem estar só). Saí do cinema fui comprar um bolo de aniversário porque às 20h tinha jantar com a família. Como vem sendo tradição reservei um restaurante com alguma pinta (neste caso o 'Agora', na rua do Alecrim com música ao vivo, mas muito tranquilo) e foi estupendo estar a jantar ao som de chill out jazz com um saxofone ao vivo. A comida estava muito boa, com destaque para o pão de ló com espuma de ovo. O jantar foi regado a champagne porque a ocasião merecia. Vim para casa ainda antes das 24h. Foi um dia feliz.  

Izo FitzRoy

Keeping your light on me - Izo FitzRoy

Pertinente

"We need to move away from this constant need of coming across as calm, cool and collected. We weren’t built to be calm, cool, and collected. If we were, it wouldn’t feel so fucking exhausting all the time. It would, you know, come naturally to us. You know what comes naturally to human beings though? Being open, being messy, being raw, being unfiltered, having lots of feelings. Why should we have to stifle our true nature? Let’s go after the things we want, let’s love each other brutally and honestly, and not worry about the consequences. Let’s release the feelings inside of us and let them land somewhere special. Otherwise, we might have a lifetime of longing in front of us."

Ryan O’Connell, You Need To Go After The Things You Want

Está a tornar-se uma máxima

48

Daqui a 2 dias faço 49 anos. Que montanha russa foram os meus 48 anos. Nunca pensei que fossem tão atribulados, achava eu que ia entrar na estabilidade e foi o inverso...ou se calhar até nem foi, porque como dizem os antigos "depois da tempestade vem a bonança", e termino este ano de vida a sentir paz e tranquilidade, a sentir amor por mim e pelos meus, a sentir abertura à vida e a sentir um misto de esperança e alegria pelo futuro que ainda desconheço. Finalmente no "aqui e agora".  

Dia da mãe

Vim de Estrasburgo direito aos braços da minha mãe. Os únicos braços que nunca me faltam.

Estrasburgo

"It's all about connections". 

Às vezes é mesmo assim, estabelecemos uma conexão com alguém com muita facilidade. Creio que as pessoas que estão (a dada altura) a viver com o coração aberto, deixam os outros com a mesma vibração entrar e juntar-se à bolha de boa onda.

Foi assim que fui parar à Alsácia e foram uns dias muito bem passados a visitar Estrasburgo, Mulhouse, Riquewihr, Colmar e Ribeauvillé. Nestas últimas senti que estava na aldeia de Hansel e Gretel ou muito perto. 

O relógio astronómico na Catedral de Estrasburgo foi tipo a grande descoberta. Não sabia que existia e fiquei maravilhado com a complexidade e exatidão daquele imenso relógio mecânico que atrasa apenas 8 segundos por ano. O génio humano é realmente fascinante no seu melhor. 

Aproveitei ainda para me encontrar com uma prima que não via há 21 anos e foi muito bom.

Foi outra viagem muito feliz. 

O que mais detesto nos Reality Shows?

Os "resíduos" que ficam a posteriori e ad aeternum, tipo os Leo Caeiro da vida. Podia haver um detergente para isso. 

Relaxado

Ontem levei a máquina de cortar cabelo para o ginásio para rapar o cabelo no final do treino. Pois bem, a máquina tinha pouca bateria e eu fiquei com metade do cabelo rapado e o restante por rapar. Noutros tempos talvez entrasse em ansiedade porque parecia mal. Desta vez fui tomar banho e deixei o cabelo tal como estava. Pensei que quando chegasse a casa logo rapava o resto. 

A caminho de casa, a mota ficou sem bateria e fiquei na estrada com carros a apitar. Puxei a mota de lado, chamei a assistência em viagem e fui comer uma sandes. Passado 1h30 sobre o evento. Com as coisas resolvidas, ainda fui ao supermercado e andei às compras. Mercúrio está retrógado e pronto, faz parte. Cheguei a casa e deitei-me no sofá a fazer mimos ao gato. Jantei, fiz mais mimos ao gato e lá cortei o cabelo finalmente. 

Luminoso

Tenho ouvido ultimamente que estou com mais brilho, luminoso até. Talvez isso se deva ao facto de estar sozinho. Não sabia que precisava tanto deste "alone time" que tenho tido. Embora não tenha sido um desejo (de modo nenhum), este período não tem sido nada solitário; antes um tempo de reencontro, de experimentação pessoal e de reaprendizagem. Há muito anos eu costumava acordar pela manhã e sorria quando sentia a luz a entrar pelas gretas dos estores, sentia-me bem. Dei por mim de novo a sorrir e a pensar que é bom ter um dia inteiro pela frente. 

Maiorca

Voltei no domingo de uma das melhores viagens que já fiz, onde tive praia, montanha, campo e cidade. Fiz quase 1000 km de mota e soube muito bem. O que a ilha oferece é fantástico. Em especial Soller e Valdemossa, Raixa, as grutas de Drach, o caminho para Formentor. 

Para ajudar, tive um excelente companheiro de viagem com quem estive sempre alinhado e que me permitiu uma leveza que não experimentava há muito, além de ter contribuído para a expansão dos meus horizontes relativamente à forma de estar na vida. Estou bastante grato por esta amizade. 

Foi mesmo uma viagem feliz.

E mais uma

 Viagem para Genebra comprada. 

Tried to change the ending

tried to change the ending

peter losing wendy,

E começa esta semana

Uma maratona de viagens apara o exterior. acho que depois disto quero é ficar de molho na casa de campo. Mas ainda devo fazer mais umas duas/três até setembro, altura em que tenho o meu maior período de férias e ficarei literalmente "de molho" na piscina do Arripiado.

Por agora: Maiorca, Estrasburgo, Londres, Lyon e Copenhaga.

Mais tarde (?): Genebra, Dublin e Roma

Oh yes...

It takes a fool to remain sane - The Ark

And if you think I'm corny

Then it will not make me sorry

It's your right to laugh at me

And in turn, 

that's my oppurtunity to feel brave

Because ridicule is no shame

It's just a way to eclipse hate

It's just a way to put my back straight

It's just a way to remain sane.

Vida na aldeia.

Passei o fim de semana com a minha mãe na aldeia. Que bom que foi. A piscina já foi limpa e a casa está toda arrumadinha. 

Mais um amigo

Hoje fui jantar a casa de um amigo que já não via há 8 anos. Vivemos os dois em Lisboa e fico a pensar como é que se deixa passar tanto tempo? Fomos tão próximos durante uns 7 anos e depois a vida acontece, mas hoje deu para meter a programação em dia - assim em versão corrida.

Quem nasceu para chinelo nunca será um salto alto

A Luciana Abreu vem-me imediatamente à cabeça ao ouvir isto. Já dizia o meu pai que um burro vestido de ouro continua a ser um burro. 

Aldeias de Crianças SOS

Acabei de me tornar doador regular das Aldeias de Crianças SOS. O projeto é muito diverso e importante. Deixo o link para que quem ler isto possa consultar o projeto e contribuir se e como quiser.

Donativo Geral - Aldeias de Crianças SOS (aldeias-sos.org)

E já agora, porque também sou doador regular do Sorriso Solidário, fica o link para se quiserem contribuir.

COMO AJUDAR | Sorriso Solidário (sorrisosolidario.pt)

Quem nunca?

 

Dificuldades

Continuo a ter dificuldade com o facto das pessoas prometerem coisas que não pedi e nas quais não pensava até me as terem prometido. É aquilo a que chamo de 'frustrações desnecessárias'. A parte boa é que, neste caso, eu já estava a ver o desfecho da coisa. 

As boas intenções podem ser muito pouco sólidas e quando conseguimos ver através delas, o melhor mesmo é aceitar com simpatia o que nos dão, sabendo que ao primeiro vento se irão esfumar. E está tudo bem.

Um cumprimento com significado

«Tu és o Patrick.»

Acho que foi das coisas mais bonitas que já me disseram.

Os Rapazes do Grupo

Ontem perdi tempo (literalmente perdi 2h) a ver o filme em epígrafe. Tinha tudo para ser um bom filme, mas contas feitas foi apenas mais um exercício pretencioso sobre o que significa ser gay no final dos anos 60 e da vivência e experiência que cada um faz da sua própria homossexualidade. 

Em primeiro lugar achei o argumento demasiado racional, como que a querer provar um ponto de vista e a levar-nos obrigatoriamente a ele, sem que as nossas emoções sejam "acordadas" pelo que realmente se está a passar na ação. 

Depois, apesar de saber que o filme é inspirado numa peça da Broadway, o cinema deve ser... cinema, e não teatro. A sensação que tenho é que os atores estão a declamar como se estivessem num palco, mesmo as movimentações são demasiado marcadas num formalismo cénico que o cinema não deve ter (a menos que seja conceptual como, por exemplo, o filme Dogville de Lars Von Trier). 

Para finalizar, creio que não estabeleci empatia com nenhum dos personagens. Bom, talvez o Emory e mais nada. 

9/20

Post piroso do dia

O amor está dentro de nós. Não precisamos de procurar amor em ninguém. Nós somos/temos tudo o que precisamos. Só completos temos condições para ser acrescentados. 

A horta

Para este ano, na casa de campo vou ter tomates, tomates cereja, alfaces, pepinos, melancias riscada e melancia escura, salsa e coentros. E contratei um jardineiro para tratar das coisas quando lá não estou. E a vida volta àquela casa. 

Um jardim

Uma vez que estou conjuntivite tenho aproveitado o meu tempo a sós para fazer coisas. Ontem fui à casa de campo e plantei o jardim de suculentas - finalmente. Acho que ficou bonito, uma mistura de suculentas com cactos e algumas peças de barro. Gastei uma pipa de massa, mas valeu a pena. 

Na loja de plantas encontrei a peça que faltava para acabar de decorar a sala (para a mesa). Quem havia de dizer. Agora está tudo completo. Não deixo de pensar que, apesar dos pesares, aquela casa é alegria. É um projeto de sempre, um desejo de sempre. Quando estou ali estou feliz. Devo apenas sentir-me privilegiado. E aproveitar o que a vida me deu.  

The White Lotus - Season 2

Acho que gostei mais desta temporada do que da primeira, apesar de considerar que é mais leve. O cenário europeu é sempre algo que me agrada e desta vez o tema eram as relações pessoais e o dinheiro. Digamos que não me perturba tanto quanto a inevitabilidade da reprodução da desigualdade social que vimos na primeira. Acho que foi bastante conseguida em termos de fluidez e mais fácil de assimilar. Gostei bastante. 

Consta que o tema da terceira série será a religião. Estou expectante para ver o que vão fazer no cenário da Tailândia. 

Desenraízar

Tenho demasiada facilidade em desenraizar-me. Perco aquele vínculo necessário às coisas terrenas e fico perdido nas ideias, nos pensamentos. Enquanto isso a orgânica do quotidiano vai estando em ação e eu desprendido, não aproveitando ou estando de corpo inteiro envolvido. Sem estar enraizado, o corpo não se alimenta do fluxo vivo das coisas e a vida real vai passando ao lado. 

Murder Mystery 2

Então, é um filme do Adam Sandler, onde ele faz as coisas que costuma fazer em comédias. A Jeniffer Aniston participa e faz as coisas que costuma fazer em comédia. A história é inverosímil, as piadas não são novas e vá... tem Paris (o melhor do filme).

10/20

Fate: A Saga Winx

Não fazia ideia que era a série da Netflix mais assistida no mundo, mas a sobrinha gosta e decidi perceber o que a fazia vibrar. Vi as duas primeiras temporadas. Pronto, é assim um bocadinho adolescente demais, mas dito isto até nem está mal feita, pretende ser inclusiva, tem corpos de todos tamanhos e cores, tem um leque de sexualidades distintos, ensina que ser mau não compensa e que muitas e que existe uma categoria de anti-heróis que não podem ser vistos à luz da moral normal. Acho que o facto de obrigar a pensar que existem, ou podem existir, várias leituras para o mesmo acontecimento é uma coisa boa. 

The White Lotus - Season 1

Vi finalmente a série de que toda a gente fala. Não sei se a razão pela qual gostei é a mesma pela qual a série é falada. Acho que por trás de uma trama de acontecimentos aparentemente normais, existe um pensamento filosófico forte sobre as assimetrias sociais seja no que respeita a sexualidade, a raça, o status, o dinheiro, etc. 

Nessa medida, e através da manifestação do seu oposto, penso que o final acaba por ser um pouco moralista na crítica à sociedade atual, invariavelmente tudo fica na mesma e a história repete-se, sendo que poucos conseguem escapar ao desígnio do seu lugar de classe no melhor no pior, mas particularmente no pior.

Mas gostei muito da profundidade das questões abordadas. 

Finalmente outra viagem com a mãe

Desde Outubro passado que a minha mãe passou por um mau bocado com uma operação aos olhos que correu mal. O sofrimento dela foi brutal, tanto ao nível físico como ao nível psicológico porque se viu impedida de fazer uma vida normal e autónoma como até aí. 

Doeu-me vê-la cada vez mais triste e desanimada à medida que a janela para uma segunda operação se fechava, com o risco de a perda de visão ser definitiva. Quando a coisa parecia muito preta foi aliviando no tom, até que há duas semanas conseguiu ser operada de novo e desta vez com resultados satisfatórios. 

Ainda não vê bem, mas vê - mesmo que com névoa. Espera-se que consiga recuperar mais e para celebrar vou levá-la onde ela queria ter ido já antes da pandemia - Copenhaga. É uma linda cidade, onde eu não ia desde 2000 e onde espero fazer novas e estupendas recordações com a minha mãe. 

Aos 80 anos, quero que ela aproveite o máximo da saúde que tem e que um dia ao partir deste planeta sinta que teve uma vida cheia e que os filhos nunca lhe faltaram um único minuto. Sempre no coração, sempre em companhia. 

A Lista Terminal

Neste thriller de guerra, por assim dizer, em que Chris Pratt mostra ser mais do que um rapazinho bonito de filmes para as massas, somos colocados perante um primeiro episódio morno. Não obstante, com o segundo episódio, a série vai crescendo em interesse e dinamismo baralhando-nos as percepções e aquilo que julgamos saber. Há uma parte psicológica e emocional bastante forte que não se perde na ação. Gostei bastante de ver, até porque fui surpreendido várias vezes até aos últimos minutos.

Luv, Luv, Luv...

The River - Daisy Jones & The Six

Não gosto de ser usado

Acho que ninguém gosta, particularmente, de se sentir usado. Tenho claro quem quero ter perto de mim e quem faz mais sentido na minha escala de prioridades. É também claro que essa escala pode alterar-se em função dos comportamentos evidenciados pelos seus constituintes. A Amizade é um sentimento nobre e obedece a certas regras implícitas de respeito e consideração, não é sentimento para usar em função das necessidades pessoais de cada um em relação aos que apelida de amigos. Por outras palavras... Meu caro, já foste. 

PS. Too much confidence will kill you. 

Terapia da fala

Amanhã começo a terapia da fala para ver se consigo recuperar a voz que tinha. Depois de ter ficado afónico e devido ao stress emocional dessa altura fiquei com uma incapacidade neurológica de fechar as cordas vocais, o que me impede de ter sons agudos. Perdi a capacidade de cantar, por exemplo, a menos que sejam canções em tons graves. Para mim cantar era um motivo de grande felicidade, assim que espero mesmo conseguir resolver este problema. Se não conseguir... pronto, terei de integrar e já está. Por agora a esperança é grande. 

Daisy Jones & The Six

Gostei mesmo muito da primeira temporada desta série sobre uma banda de rock nos anos70. Há ali qualquer coisa que lembra os Fleetwood Mac, mas acima de tudo vale pela tipologia de personagens e por, cenicamente, nos colocar no glamour do rock n'roll puro dos anos 70; as emoções cruas a música que conquistava a alma, a liberdade de ser e sentir. A personagem principal é brutalmente complexa e apaixona-me.  Aconselho a quem gosta de música e de boa dramaturgia com uma pitadinha de humor. 

Tranquilo

O meu Ex espanhol disse-me que eu costumava ser mais nervoso, que me bastante mais tranquilo. Acho que a psicóloga está a dar frutos visíveis para terceiros. 

O reencontro de dois conhecidos.

Estas férias em Málaga fizeram exatamente o que se pede destes períodos; permitiram desconectar, conhecer, relaxar, divertir. Mas houve algo de muito importante que eu não estava à espera, o reconectar com uma essência perdida. 

Fiquei em casa do meu ex-namorado hoje um grande amigo. Não passávamos uma temporada juntos desde 2014 quando acabamos (de comum acordo e com boa energia) a nossa relação. As duas relações que viriam a seguir-se tiveram em mim um efeito complexo, assim que o meu Ex foi a última pessoa com quem tive grande intimidade antes de ser "quebrado" ou "dobrado" pela vida.

Pelo facto de não termos privado com proximidade desde 2014, eu continuo a ser (para ele) a pessoa que conheceu, apesar de contarmos o que se vai passando por telefone. Para mim também ele é - em energia - a mesma pessoa de 2014, apesar de o ter encontrado talvez mais "dobrado" que eu.

A confiança e o conhecimento que temos no outro e um do outro fez com que essa parte de nós, digamos "desaparecida", tenha voltado. Alguém que sabe o que somos no íntimo de repente está ali, alguém que acredita em nós piamente. Isso ajudou os dois, muito diria. 

É uma sorte ter quem veja para lá da patine que se forma sobre nós, que nos conhece estruturalmente. Mesmo quando as coisas são nubladas ou dúbias há quem não duvide por um momento de nada a nosso respeito. A confiança naquilo que sabemos do coração do outro fala mais alto que qualquer facto. 

Vim de Málaga mais inteiro. 

Gracias mi amor!

Memória emocional

A memória emocional é uma coisa lixada. Quando pensamos que estamos a deixar ir, vem um facto, uma situação que traz tudo de volta. Durante um ano, toda a minha atividade aeroportuária esteve ligada à mesma pessoa. E hoje, na minha primeira viagem para fora do país e apesar de ir ter com grandes amigos do passado, sinto como se faltasse uma peça. Há um vazio que ainda não sei bem como mandar embora.  A Martha Medeiros bem diz que o tempo não cura tudo, apenas tira o incurável do centro das atenções.  Seja então. Venham todas as manobras de diversão. 

Vício desta semana

River - Miley Cyrus

(tão maravilhosamente 80's inspired)

Coisas que me deixam sem fala

Hoje recebi uma proposta para comer dois namorados. Mas na questão, sendo  as pessoas que são,  penso que anda tudo maluco e que ainda bem que estou em sabática de homens. 

Se as passagens estivessem mais baratas

Tal como pensei há uns tempos atrás, o meu plano - se ficasse solteiro - seria ir por ai pela Europa e visitar os meus amigos que estão em outros países. Até agora só consegui marcar duas viagens porque os preços estão pela hora da morte. Roma, Berlim, Paris, Liubliana, Dublin e Milão estão na calha. A ver como corre. Com um pedacito de sorte vou fazendo umas cidades no nosso país e no do lado - isto enquanto os preços não tranquilizam.

À procura do sol

Tenho férias para a semana e só me vinha à cabeça a necessidade de sol. No final acabo por ir para Málaga e o sol é definitivamente metafórico. Vou para casa de um ex-namorado que nunca deixou de ser um grande amigo. Ao saberem que eu ia estar em casa dele, outros amigos espanhóis, marcaram também um fim de semana em Málaga, para estarmos todos juntos. Fiquei mesmo feliz, vai ser um período de boas energias, de risos e sorrisos, de bem querer. Venha já sexta feira. 

O horror, a tragédia...

 Começou a mudança de pêlo do Limão. Vão ser 6 meses ter pêlo na casa, na roupa, na boca, na comida.

Amar e cuidar

Disse-me a psicóloga que uma pessoa cuidar de si e amar-se não é o mesmo. Eu cuido bastante de mim, da minha saúde física e da minha saúde mental, como tal, pensava que isso era amor-próprio e que me amava. Acontece que é curto; tenho mesmo de aprender a amar-me. 

Não sei como ele faz isto

O Limão sobe-me para cima do teclado do PC e faz as coisas mais extraordinárias como mudar a língua do teclado. Hoje, enquanto eu atendia uma chamada, subiu para o PC e ficou deitado em cima. Começou a tocar uma lista do spotify que não sei de onde saiu. Mas à custa disso estou a descobrir algumas músicas em castelhano que são bem giras. Ficam nos favoritos.

Quem vier por bem

Quem vier por bem, que venha comigo também.

Viagem higiénica

Tal como fiz em 2014 - ao ir a Istambul - resolvi viajar sozinho a um lugar que pudesse ser bom para mim e deixar que o mesmo me ajudasse a processar sentimentos e ideias. Escolhi o Porto porque é uma cidade que gosto muito e não ia lá há muito tempo, demasiado tempo.

Fui de autocarro e aluguei um Airbnb no Bolhão. Foi uma viagem muito feliz. Tive tempo para estar comigo fora das minhas coisas, das minhas pessoas, dos meus lugares. Tudo foi uma novidade. 

Estava um sol radioso quando cheguei na sexta e no sábado manteve-se. Fartei-me de andar, de tirar fotografias à cidade e de simplesmente apreciar o ato de poder existir e de não precisar de mais nada.

Na sexta fui para o Lusitano, adoro a música e não me defraudou mais uma vez. Pedi um gin, encostei-me à cabine do DJ e comecei a dançar. Fechei os olhos e dancei muito. A dada altura estava a sorrir. Apetecia-me sorrir e percebi porquê. Estava feliz, a fazer exatamente o que queria, algo que me fazia bem e sozinho. 

É um poder enorme podermos ser felizes sozinhos. Lembro-me que a última (e talvez única vez) em que senti isto foi em 2008 e permitiu-me os tempos mais extraordinários da minha vida. Fui tranquilo durante muito tempo. 

No domingo, fui almoçar com um querido amigo que nem sabia se teria a oportunidade de o ver. De volta ao centro, nem me importei com a chuva que tinha lavrado todo o dia. Entrei no autocarro de volta para Lisboa e acabei o livro que tinha começado na viagem de ida. 

O coração veio tão cheio. Tenho uma tranquilidade hoje que não tinha há dias. Sou completo.

Keersmaeker/ Lopez/ Ekman

Já não me lembrava do último espetáculo de dança a que tinha assistido e por isso aproveitei para retornar ao saber da Iniciativa Ensaio Solidário - em que através o preço do bilhete se converte num donativo para uma IPSS - e não podia ter sido melhor.

A peça Keersmaeker/ Lopez/ Ekman é um conjunto de linguagens coreográficas aparentemente díspares. O elo comum será potencialmente o quarteto de cordas que serve de ligação para as peças que se revelam na sua natureza e idiossincrasias. A interpretação musical a cargo do Quarteto de Cordas de Matosinhos estabelece a relação entre coreografia e música em cada peça, e de certa maneira entre as três coreografias 

Gostei muito de todo o espetáculo, mas foi o terceiro tomo - “Cacti” de Alexander Ekman - que me deixou verdadeiramente siderado. Achei extraordinário. 

O espetáculo estreia oficialmente amanhã, 3 de Março, e fica até dia 19 de Março no Teatro Camões. Vale mesmo a pena ver. 

O amigo escrivão

É um dos amigos que foi mais negligenciado durante a minha última relação, devo tê-lo visto 3x de raspão. Nem por isso deixou de me cuidar do gato sempre que precisei de estar fora de casa por ir para a ilha ou por férias. Foi a primeira pessoa que me lembrei para levar comigo a ver a peça "Keersmaeker/ Lopez/ Ekman” pela Companhia Nacional de Bailado no Teatro Camões. Foi ainda mais especial porque ele nunca tinha visto um espetáculo de dança contemporânea. Vou um grande retorno. É uma noite feliz.

O controlo da narrativa

Ele tem o direito ao controlo da sua narrativa, que será  contada a todos os seus amigos e conhecidos,  futuros amantes e namorados. 

Todas as pessoas acabam por ser o vilão na história de alguém.  E está  tudo bem.