Em menos de um mês serão as eleições legislativas. A pré-campanha começou agora, mas a minha decisão já está tomada há algum tempo. Gostava de ser obrigado a pensar a quem gostaria pela primeira vez na vida. Para mim é frustrante saber com tanta anticipação. Não voto movido por uma convicção extraordinária, voto naquilo que considero ser um mal pior. A mediocridade da classe política é gritante e quase que nem posso expressar isto porque já é tão do conhecimento de toda a gente que se torna um cliché dizê-lo. A leitura dos programas eleitorais é, também, de pouca ajuda dado o teor sempre muito "amplo" dos mesmos. Os partidos são também bastantes mercantilistas e querem adeptos não podendo, por isso, oferecer a especificidade desejável para uma compreensão efectiva do plano de governo. Por outro lado, acho que os próprios partidos não têm uma ideia muito concreta do que vão fazer e querem margem de manobra para poder retroceder, se assim for necessário, e passar entre as gotas da chuva. Mais uma vez lá acabo eu por votar numa ideia e não num projecto concreto, simplesmente para garantir que o meu direito/dever de cidadão foi cumprido e que contribui para a minimização de um mal maior. Não deixo com isso de ter a sensação de que estou a participar numa fantochada. Queria tanto não saber em quem vou votar, era tão bom que a qualidade dos programas eleitorais me deixasse na dúvida. Queria tanto esta dúvida.
2 comentários:
O problema é a falta GENERALIZADA de convicção das pessoas, políticos, ideais, políticas...
Os portugueses nunca foram lá muito convictos. :-o
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