Os Bispos rebarbados voltam a atacar

Ontem, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desafiou os candidatos às eleições legislativas a apresentarem propostas sobre a família, considerando-as mais decisivas para o futuro da sociedade do que outras questões destacadas nas agendas partidárias e comunicação social. Voltam, portanto, a meter-se no casamento, vida privada e vida sexual das pessoas em geral.

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No fórum da TSF discutiu-se o assunto, mas com uma diferença. As intervenções não eram dos senhores do costume. Eram deputadas do PSD (o meu voto não levam não senhor) e outros senhore(a)s "burgueses" que se entitulavam católicos. Houve disparates que não me deram vontade nenhuma de rir. Primeiro custou-me ouvir pessoas que têm assento na Assembleia a dizer que no seio de uma união de facto não se aprendem os valores morais aprendidos numa família fundada no casamento. Depois custou-me ver que a instrução não é um antónimo de ignorância e estupidez. Pessoas letradas podem ser muito estúpidas. As barbaridades iam piorando, por exemplo, dizendo-se que só no seio da família se aprende o amor, o respeito e o civismo, mas não considerando no conceito as famílias monoparentais, e outras tipologias que não se enquadrem no modelo nuclear estrutural funcionalista.

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Tive de ouvir um senhor dizer que a teoria da igualdade de género é uma deformação marxista para afastar as mulheres e os homens dos papéis que sempre tiveram na família. Deve ter sido doutrinado pelo João César das Neves (professor universitário cretino) que disse numa crónica sua que a mulher dele é feliz a preparar os almoços e jantares. A cozinha e a casa são o mundo onde se sente feliz a preparar o conforto da família. Olha que bom para ela (e fundamentalmente para ele).

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A cereja no topo do bolo foi dizer-se que o Estado não deveria governar separado da igreja. É na igreja que se ensina o bem (padres pedófilos, roubo do dinheiro dos páracos, filhos iligítimos, a inquisição são tudo coisas boas... pleaaaase) e os Bispos têm de proteger os católicos da conspiração do Estado para os desagregar e para desacreditar a doutrina da igreja. O Estado não precisa, a igreja faz este trabalho sozinha.