Ontem vinha no carro a ouvir rádio e apanhei uma publicidade do Partido Pró-Vida. Fiquei com náuseas. Lá estavam eles a vender a "família natural" frisando «um pai, uma mãe e filhos» (como se nunca tivessem existido famílias extendidas ou monoparentais, basta estudar a história de Portugal) . Também disseram que qualquer vida é uma vida. Tem de ser salva. Portanto aborto nem pensar. Isto ainda me dá mais náuseas, este argumento de «salvar uma vida». Até agora 98% das pessoas que são contra o aborto e a favor de salvar vidas, não acham mal que em caso de má formação do feto ou doença genética se aborte. Ora bem, vamos ver então se percebemos. Uma criança que vai nascer com paralesia cerebral não é uma vida, uma criança que não vai ter pernas ou braços também não é uma vida. Se o argumento é esse, vida é vida. Por isso, estes senhores podiam-me poupar a hipocrisia, das "famílias Walt Disney" e de uma perfeição que não passa de uma higienização encapotada.
3 comentários:
Curiosamente, é também no carro que tenho ouvido a maior parte da campanha das legislativas.
Na TV não tenho paciência para os tempos de antena, mas no carro até dá para ouvir...
A única coisa que posso dizer é que fiquei preocupado com a quantidade de pequenos partidos cheios de ideias xenófobas e que poderiam muito bem adaptar-se às ideologias totalitárias das décadas de 50... É um pouco assustador.
Foi exactamente isso que me passou pela cabeça, as ideologias da década de 50. É, de facto, assustador.
Totalmente de acordo com a reflexão! As famílias «naturais», que eles identificam como as que procriam, nunca existiram só por si, em nenhum momento da história, basta ver que tb se vivia com os avós, por exemplo, ou algum tio que tinha ficado «solteirão», etc, etc... aliás, os casos das famílias nucleares reprodutivas são cada vez mais uma miragem...
mas o que me choca ainda mais é o tempo de antena do PNR na tv, em que se tenta fazer uma identificação da pedofilia com homossexualidade....
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