terça-feira, fevereiro 10, 2009

Revolutionary Road

Tinha muitas expectativas acerca do filme, talvez por isso sinta que ficou aquém do que eu tinha imaginado. Pensei que seria uma espécie de Beleza Americana v2.0, mas de facto não é. O filme vive essencialmente dos actores principais e falta-lhe a textura que o Todd Haynes conseguiu dar ao «Longe do Paraíso». Haverá muita gente que sentirá simpatia pelo filme, afinal o filme fala de uma coisa que é comum à maioria das pessoas: a desistência dos sonhos de juventude e o alinhamento ao sistema e à regras sociais.
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Muitas vezes esse alinhamento é uma desculpa para podermos viver sem arriscar e sem o medo do fracasso. É mais fácil dizer que se desistiu de um sonho por factores externos à nossa vontade. Mas todos temos vislumbres de verdade e aqueles que a assumem têm dificuldade em voltar atrás.
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No final, o filme deixou-me a impressão de ter visto uma grande interpretação da Kate Winslet e pouco mais. O argumento tinha tudo para ser especial. Ficou pelo interessante.


14/20

6 comentários:

ABianchi disse...

por acaso n concordo nada...p mim nele tudo é perfeito: das inexcedíveis interpretações [onde se destaca obviamente Winslet; se bem que penso que Di Caprio tem tb a melhor interpretação da respectiva carreira, até à data - não esquecer que ele tem um grande handicap...a eterna baby-face...] à complexidade do argumento, passando pela subtileza da realização [ao serviço dos actores], enfim...tudo aquilo que o tornou, para mim, no melhor filme do ano!
na tua classificaçao dava-lhe um 19/20 :)

silvestre disse...

Nem imaginas como eu gostaria de ter tido a mesma impressão que tu, mas o 'clic' não se deu...

Unknown disse...

mau... por culpa da tua crítica optei pelo benjamin button... não me digas que falhaste ;)

este é o próximo, mas só graças ao comentário acima, senão ficava para DVD...

silvestre disse...

Alex, vale sempre a pena ver um filme no cinema. E viva a diversidade de opiniões ;-)

ps. Já dizia a Ruth Remédios (a sexóloga mãe do Diácono Remédios) «as opiniões são como as vaginas, quem quer dá-las, dá-las» :-P

Anónimo disse...

andava aqui há um tempo há espera que fizesses a crítica ao filme, meu lindo.
Quero dizer-te que também não concordo nada!! Achei o filme brutalmente honesto... levanta muitas e muitas questões. É um filme inteligente, que nos dá liberdade perante os personagens. Acho que temos 2 hipóteses, ou resistimos, ou de facto ficamos a pensar. Este filme, para mim, depois dos do Bergman, será dos filmes realmente mais honestos que já vi. terá muitas leituras. já ouvi alguém dizer, por exemplo, que acha que ela fez uma grande birra. são mesmo muitas as leituras. até o di caprio me fez pensar q de não se tratou de um erro de casting. Ele faz sentido ali, cara e corpo.Este filme reenviou-me para a segunda história, de outro filme da minha predilecção, As Horas.
Em suma, fez-me pensar, e disso é que eu gosto. 18/20!!
Desculpa a extensão do comentário, mas fiquei mesmo entusiasmada. Beijo grande

silvestre disse...

Marta, eu concordo contigo em termos da qualidade do argumento. Acho que sim, deixa-nos a pensar, mas eu ficaria assim apenas por ler o argumento. Não gostei da forma como o filme foi realizado, esse simples acontecer de uma coisa que poderia ter sido extraordinária como filme no seu todo. beijocas